R$ 33.648,31. Esse é o valor das diárias pagas com dinheiro público para o prefeito Airton Souza e dois acompanhantes embarcarem para o México com a desculpa de “debater cidades inteligentes”. Mas e a inteligência de respeitar o dinheiro do povo, cadê?
Enquanto a saúde de Canoas agoniza, faltam medicamentos, exames, consultas. Mas sobra dinheiro para turismo político. O prefeito ganha muito bem – com um salário que, pasme, já deveria cobrir seus deslocamentos se ele realmente acreditasse estar em missão nobre. Mas não. Ele prefere botar a conta no colo da população.
Só em diárias:
- R$ 12.235,95 para o prefeito,
- R$ 10.706,18 para o secretário de Transparência,
- R$ 10.706,18 para o assessor de Governança.
Vamos brincar de matemática básica — mas com sarcasmo de primeira:
- Com esse valor, dava pra comprar 480 “kits de primeiros socorros” (R$ 70 cada na média)
- Ou cobrir 320 consultas clínicas especializadas à R$ 105/prespecialidade (fonte)
- Sem contar dezenas de exames básicos: ECG (R$ 50), mamografia (R$ 120), check‑ups (R$ 205)… todos bancáveis com sobra.
E o que diz o prefeito? “Vou debater cidades inteligentes.” Só que a única inteligência foi a escolha de receber tudo no cartão do contribuinte.
A fábula do salário “suficiente” — e os advogados no STF
Não é piada: o prefeito ganha acima do teto municipal — ou seja, já tem dinheiro em caixa para esse tipo de viagem. Então por que usar dinheiro público?
Talvez esteja torcendo pra que parte do salário vá para pagar advogados que tentam livrá-lo das condenações em todas as esferas — estaduais, federais, judiciais. Coincidência? Ou será que essa comitiva veio pra buscar favores em alta corte e não tecnologia urbana?
Ironia final: a comitiva “moralizadora” que explora
- Um prefeito que se diz “transparente”, paga R$ 12.236 de diária,
- Um secretário que cuida dos dados da transparência, R$ 10.706,
- E um assessor de governança, mais R$ 10.706.
Governança, transparência, ética… tudo isso chegou no México. Só esqueceram do retorno que pela conta de Canoas devia gerar. Afinal, quem critica a corrupção com dinheiro de outro é o ápice do deboche.
E no fim… quem sobra?
Sobra:
- O imposto da população,
- O sacrifício de quem não tem remédio,
- O título de “cidade inteligente” sendo pago por quem nem consulta especializada consegue,
- E um prefeito que trocou a cobertura de saúde da população pela selfie internacional.