Um homem que respondeu ação penal sob suspeita de ter assassinado sua esposa – e que negou a acusação durante toda a tramitação processual – resolveu confessar o crime durante interrogatório a que foi submetido em sessão do Tribunal do Júri na comarca de Chapecó, para surpresa geral dos presentes.
Durante mais de duas horas ele discorreu sobre o ocorrido em 21 de outubro de 2015, no apartamento do casal, no bairro São Cristóvão. Como resultado de sua sinceridade, o réu foi condenado a 16 anos de prisão, em regime fechado, por homicídio qualificado por motivo torpe, uso de asfixia, emprego de recurso que dificultou a defesa da vítima e feminicídio.
Na manhã dos fatos, relembrou o homem, os dois saíram para correr, já que eram maratonistas. A intenção era percorrer 21 quilômetros. Durante o trajeto, contudo, a mulher passou mal, com vômito e desmaios. Foi aí que retornaram para casa. Depois de uma breve discussão, ele esganou a vítima com as próprias mãos. Por acreditar que ela apenas estava desacordada, saiu para comprar café.
Ao voltar para a residência, a mulher ainda não tinha reagido. Então, o réu chamou a vizinha que comunicou a polícia. Inicialmente, o caso foi tratado como morte natural, mas ao examinar o corpo, o médico desconfiou e pediu a presença da perícia. O processo tramitou em segredo de justiça e o julgamento, ocorrido no dia 18 de novembro, foi um dos oito júris registrados naquela comarca durante o último mês.