A Organização Mundial da Saúde (OMS) acendeu um sinal de alerta global ao apontar os distúrbios neurológicos — como AVC, Alzheimer, enxaqueca, epilepsia e autismo — como a principal causa de incapacidade no mundo, superando doenças cardíacas e câncer. Mais de 3,4 bilhões de pessoas vivem com alguma condição neurológica, o que representa quase metade da população mundial.
Segundo o Global Status Report on Neurology, a OMS alerta que, embora essas doenças afetem a todos, 80% dos casos estão concentrados em países de baixa e média renda, onde o acesso a diagnóstico e tratamento é limitado. No Brasil, o AVC lidera as causas de incapacidade e morte, com um sistema de saúde ainda desigual, que dificulta o acesso rápido a tratamentos essenciais como trombólise e trombectomia.
O envelhecimento populacional e a falta de infraestrutura para lidar com doenças como Alzheimer também são desafios críticos. No Brasil, a doença, agravada por fatores como hipertensão e baixa escolaridade, apresenta um cenário preocupante. Enquanto isso, a enxaqueca, segunda maior causa de incapacidade global, segue subdiagnosticada e com pouco acesso a tratamentos modernos no SUS.
A OMS propõe metas até 2031 para mitigar o impacto dessas doenças, destacando a necessidade de políticas públicas mais eficazes e uma abordagem integrada entre saúde, educação e assistência social. O Brasil, apesar de avanços, ainda enfrenta um grande abismo entre o sistema público e privado, o que exige uma resposta urgente para lidar com a “crise silenciosa” das doenças neurológicas.
