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DA DESPEDIDA DE UM SONHO A  VIOLÊNCIA E BRUTALIDADE POLICIAL, ATÉ QUANDO A POLÍCIA VAI COMETER  ABUSOS?

A família, humilde, celebrava com entusiasmo a despedida do filho, alcançada a maioridade, como muitos jovens tinha planejado seguir a carreira militar. Alguns dizem que o menino franzino, educado e admirado por todos os parentes era um defensor e admirador daqueles heróis de farda. 

Toda despedida para qualquer mãe é complicada, mas essa era diferente! Ele iria seguir um sonho, caberia a mãe e pai ver o pupilo partir, fazer as melhores rezas e torcer para que o menino retornasse um homem (…), que construísse sua família e vivesse plenamente da melhor maneira possível, escrevendo a sua história. Mas no Brasil não! No Estado onde a segurança é propaganda e “policiais” militares, que tem o dever de servir e proteger, decidiram pôr próprio juízo, que o menino deveria morrer – Sim, assim curto e grosso – a covardia da agressão e o espancamento brutal só tem como origem a doentia vontade assistir alguém morrer, a falta de caráter e humanidade de pessoas que usam do poder Estatal para tirar a vida é revoltante e decepcionante. 

A indignação de qualquer pai ou mãe de enterrar seu filho, precocemente, por um ato brutal e covarde, não tem como descrever em palavras. O caso do menino agredido e morto por agentes do Estado, demonstram claramente o resultado da falta de empatia e da formação com raízes opressoras que os policiais militares ainda recebem, homens e mulheres maus remunerados (…), muitos com transtornos devido a má avaliação de perfil (…), pessoas que na prática não entendem ou não tem noção de cidadania, sociedade e mínimo de conhecimento, afirmo isso por que é cada vez mais recorrente abusos e ações dessas autoridades violentas que agridem a população, principalmente a população mais humilde, que são vítimas das agressões físicas e psicológicas de uma polícia covarde, racista e opressora (…). A critica é forte e segmentada mas é merecida. 

O fato traz à baila, novamente a discussão sobre a repulsa que a maior parte da população possui com a imagem da polícia, uma instituição pouco reconhecida devido a ações como esta e muitas outras. 

Imagem Web: Para grande parte da população a policia é um órgão violento e sem confiança, conforme pesquisa. “Pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta-feira (11) pelo jornal “Folha de S.Paulo” aponta que 51% dos brasileiros têm mais medo do que confiança na polícia, enquanto 47% confiam na corporação mais do que a temem.” https://g1.globo.com/politica/noticia/2019/04/11/datafolha-aponta-que-51percent-dos-brasileiros-tem-medo-da-policia-e-47percent-confiam-nos-policiais.ghtml 

A verdade é que a Polícia gaúcha seletista, escolhe cumprir a sua nobre missão Proteger a sociedade, contribuindo para a qualidade de vida e o desenvolvimento no Rio Grande do Sul”, com uma parte da sociedade, enquanto em outra menos abastada escolhem decidir sobre a vida das pessoas, descontam suas frustrações com golpes fatais de cassetetes e coronhadas na cabeça e costas e no corpo frágil de jovens, as autoridades escolhem humilhar homens e mulheres adultos na frente dos filhos em blitz e procedimentos, porque? Por que podem! São muito mais homens e mulheres que a média será? Ou porque vestem fardas, usam armas e representam o Estado e sua política, assim perdendo a noção de o que é certo e o que é errado, como falei não há explicação para ações estatais que terminam em morte. Falando em estado, em um ano eleitoral é normal nenhum candidato fazer referencia a este episódio? Onde estão as propostas e soluções? talvez em estatísticas ou nas muitas propagandas publicitarias carregadas de apelo emocional? Não há resposta pra isso. 

Essa conduta afasta os bons policiais da sociedade, que ficam marcados por atitudes de pessoas que não deveriam assumir tal autoridade e responsabilidade, fica impossível defender alguém que age assim. Mas afinal, há bons policiais? Sim, existem muitos servidores que cumprem com louvor suas atribuições, contudo o clima “militaresco” e falta de investimento em capacitação de cidadania e conceitos de humanidade, igualdade e fraternidade (aliás isso não está na bandeira que tanto exaltamos?), acabam gerando estas situações. 

Infelizmente mais uma semana se passa com notícias de abusos de autoridades, morte de uma jovem e promessa de justiça para a família que se despede precocemente do filho, declarações de pesar por parte das autoridades, versões e dúvidas por parte do cooperativismo protetor da instituição, que tentam justificar o óbvio. 

Hoje, em algum lugar, no Estado que celebra os números da segurança pública,  mais uma família, humilde, se despede com entusiasmo do jovem filho que saiu de casa em busca de um sonho e sobrevivência. Torço para que estes muitos jovens não fiquem a mercê de criminosos marginais e agentes criminosos que deveriam servir e proteger, mas podem matar.   

 

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Rodrigo S. de Souza
Rodrigo S. de Souzahttps://realnews.com.br/
Comentarista, Bel. Direito, Advogado, Sociólogo e Político.

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