Coreia do norte enviará soldados a Ucrânia e 3° guerra mundial fica cada vez mais próxima

O que era previsto começou a acontecer entre a Rússia e a Coreia do Norte. O país mais fechado do mundo, que ainda está em guerra contra a Coreia do Sul, mas mantém a guerra congelada por meio de um armistício assinado em 1953, começará a enviar soldados para as linhas de frente na Ucrânia.

Essa notícia foi anunciada pelo governo de Pyongyang alguns dias após a assinatura de um tratado de mútua assistência entre russos e norte-coreanos. Tratado este que, como mencionei em uma coluna anterior, será benéfico para ambos os países, pois ajudará a enfrentar suas dificuldades.

Para a Rússia, é uma excelente notícia, pois a chegada desses soldados alivia o esforço de guerra dos russos. Eles serão usados como “bucha de canhão” pelo exército russo, que prefere a tática de ondas humanas para saturar as defesas inimigas. Para se ter uma ideia, morreram 20 mil soldados em 2 meses na tomada de Bakhmut em 2023, no oblast de Donetsk.

Já para a Coreia do Norte, é uma excelente oportunidade para receber itens de primeira necessidade que faltam no país, como gás natural, petróleo e alimentos.

No entanto, isso levanta uma questão preocupante: uma vez que soldados norte-coreanos irão para o front na Ucrânia, abre-se um precedente para que países como França, Polônia, Eslováquia e os países bálticos enviem seus militares para ajudar a Ucrânia, sem que o líder russo faça um questionamento concreto.

Tudo isso se deve ao fato de a França ter se posicionado a favor de enviar soldados para ajudar na retaguarda ucraniana. No entanto, ao contrário dos franceses, os norte-coreanos irão em centenas de milhares para a linha de frente, lutando diretamente contra os soldados ucranianos nas trincheiras.

Em resumo, é uma notícia preocupante, pois abre uma janela de aumento das tensões sem precedentes. Uma vez que soldados estrangeiros começarem a entrar na guerra, enviados por seus países de ambos os lados, pode haver uma escalada de tropas e o aumento do conflito, deflagrando uma 3ª Guerra Mundial. Países de diferentes continentes lutando entre si poderiam até mesmo abrir novos fronts de batalha em outras partes do mundo.

Além disso, o acionamento da OTAN pode ser ativado em um eventual ataque russo a um país que envie soldados para a Ucrânia, levando à entrada dos 32 países do tratado na guerra. Isso poderia resultar no provável envolvimento da China e do Irã.

De fato, uma coisa é certa: a formação de dois blocos e as alianças que estão se formando levam cada vez mais o mundo para uma situação semelhante às crises já vistas em 1914 e 1939.

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Everton Kisner jr
Everton Kisner jr
Professor, Historiador militar, Especialista em geopolítica.

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