Dados da Mordor Intelligence apontam que o mercado brasileiro de edifícios pré-fabricados pode atingir US$ 4,26 bilhões (R$ 24,23 bilhões) até 2029, indicando crescimento na busca por soluções que ofereçam maior eficiência, sustentabilidade e controle de custos no setor da construção civil.
Essa modalidade difere do modelo tradicional ao permitir a fabricação de elementos construtivos em ambiente controlado para posterior montagem no local da obra. De acordo com os engenheiros Daniel Fonseca Matos e Pedro Leonardo Boaventura Silva Santana, sócios-diretores da Garder Engenharia, esse modelo tem ganhado cada vez mais espaço no setor por garantir maior precisão e rapidez, menor desperdício e custo previsível durante a obra.
No campo da sustentabilidade, por exemplo, Matos ressalta que a modalidade apresenta funcionalidades significativas como redução de resíduos, baixo consumo de água e menor emissão de poluentes. "Esse formato otimiza o uso de materiais e energia, resultando em canteiros mais limpos, menor impacto ambiental e obras mais eficientes."
Com o objetivo de estimular a adoção de tecnologias mais avançadas e sustentáveis, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) lançou a Meta Incentivo à Construção Industrializada, que busca integrar políticas públicas, financiamento e capacitação técnica para acelerar a transformação do setor.
Apesar dos avanços, Santana afirma que ainda existem obstáculos técnicos e culturais que dificultam a expansão da modalidade no país. Entre eles, estão a escassez de mão de obra especializada, limitações normativas e resistência ao novo modelo. "A cultura técnica ainda é muito tradicional, e isso exige um esforço de adaptação por parte de todos os agentes do setor", avalia.
Para ele, a aceitação da construção industrializada varia conforme as características regionais. Regiões com déficit habitacional e custos elevados de obra, por exemplo, tendem a adotar o modelo com maior rapidez. "Vemos grande potencial no Centro-Oeste e Sudeste, onde há espaço e logística favoráveis", aponta.
Um estudo elaborado pela FGV Ibre e encomendado pelo Modern Construction Show aponta que o método baseado em módulos e peças construídas fora do canteiro já responde por 64,5% dos processos construtivos no país. O principal segmento que utiliza essa solução é o residencial, com 50,8% das obras.
Apesar do número expressivo, Matos comenta que o setor ainda enfrenta desafios para consolidar a construção industrializada como prática comum. Entre os principais estão a normatização específica, o financiamento adequado e a integração entre projeto e produção. "A industrialização é o futuro inevitável da construção civil. Quem dominar o processo produtivo dominará o mercado."
Dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), divulgados pela InfoMoney, apontam que o impacto dos juros altos, atualmente em 15%, levou à revisão da projeção de crescimento do setor para 2025, que caiu de 2,3% para 1,3%. Ainda assim, a construção industrializada segue como uma das principais apostas para modernizar o setor e ampliar sua competitividade, afirmam os engenheiros da Garder.
A tendência, segundo Santana, é que nos próximos anos, o setor avance na adoção de sistemas como o Light Steel Framing, que utiliza perfis de aço galvanizado como elemento estrutural, e a construção modular. "Com isso, empresas que investem em inovação e eficiência poderão se posicionar de forma estratégica em um mercado cada vez mais exigente e competitivo", conclui.
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