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Com menos dinheiro, familias recorrem á poupança

Com a pressão do endividamento, pobreza e inflação crônica nos últimos anos, as famílias brasileiras dependem cada vez mais de reservas financeiras para preencher lacunas em seus orçamentos mensais. Em outubro, a diferença entre depósitos e saques em caderneta de poupança atingiu R$ 11,06 bilhões, o maior saldo negativo mensal de toda a série histórica desde 1995.

Segundo dados divulgados nesta segunda-feira (7) pelo banco Central (BC), a população depositou R$ 302,054 bilhões em poupança em outubro, ante R$ 313,061 bilhões em saques. Os totais negativos ultrapassam R$ 7,430 bilhões no mesmo mês de 2021 e R$ 5,902 bilhões em setembro deste ano.

Ao longo do ano de 2021, o saldo é negativo em R$ 35,497 bilhões. Em 2022, o total acumulado de janeiro ao mês passado já atingiu – R$102,077 bilhões. As saídas líquidas até dezembro podem atingir mais que o dobro do pior resultado de 2015, quando as família retirararm R$ 53,567 bilhões a mais do que haviam investido na poupança.

O escoamento das reservas do povo brasilieiro vem acontecendo desde o início deste ano. Em janeiro O saldo entre saque e depósito é negativo em R$ 19,7 bilhões. Em agosto a diferença foi ainda maior (R$ 22 bilhões). Em 2022, o saldo positivo foi registrado apenas em maio (R$3,514 bilhões de reais). Com esses saques contínuos, o estoque da poupança é de R$ 991,8 bilhões, o menor valor desde agosto de 2020.

Um dos motivos para fugir da poupança, são as altas taxas de juros. Em alta desde março de 2021, a taxa básica de juros anual (Selic) é de 13,75 %. Outra razão é a inflação, que desacelerou entre julho e setembro, mas voltou a subir em outubro de acordo com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IHPC-15), onde que a “prévia da inflação” foi de 0,16%.

Além disso, apesar da “deflação” pontual, não houve redução de preços em grupos relevantes para as famílias, como gastos com alimentação e moradia. Nesta quinta-feira (10), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de outubro. Até setembro, o indicador variava 7,2% no acumulado em 12 meses, enquanto a carestia dos alimentos chegava a 11,7%.

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