O Grêmio entra em campo nesta quinta-feira (24) com uma responsabilidade dupla: conquistar um bom resultado fora de casa contra o Godoy Cruz, líder do grupo D da Sul-Americana, e dar sequência ao processo de reconstrução tática com o retorno de Mano Menezes ao comando técnico do clube. A partida em Mendoza carrega um peso estratégico considerável, já que apenas o primeiro colocado da chave avança diretamente às oitavas de final — e, no momento, gaúchos e argentinos estão empatados com seis pontos, separados apenas pelo saldo de gols.
Mas mais do que os números da tabela, o que se vê é um Grêmio com espírito renovado. O clássico Gre-Nal serviu como termômetro: a equipe mostrou um comportamento mais competitivo, compacto e disciplinado, algo que vinha faltando nas últimas atuações sob o comando anterior. E Mano, mesmo chegando há pouco, já demonstra compreender as principais carências do elenco.
A escolha por manter a base do time que atuou no clássico é um sinal positivo. As únicas mudanças forçadas, Kannemann no lugar de Wagner Leonardo, lesionado, e Lucas Esteves substituindo Marlon, que não pode atuar nesta fase da competição por já ter jogado pelo Cruzeiro, essas alterações não devem comprometer a estrutura montada. Isso reforça uma ideia que muitos torcedores e analistas já apontavam: o Grêmio precisa de estabilidade, e não de constantes reinvenções a cada rodada.
A formação com um meio-campo mais denso e jogadores que contribuem tanto na marcação quanto na construção ofensiva parece ser a fórmula mais eficiente para este momento do clube. Ao abrir mão dos tradicionais pontas que, nos últimos jogos, pouco contribuíam taticamente e ainda deixavam o time vulnerável defensivamente, Mano aposta num estilo de jogo mais solidário, em que os setores jogam próximos e de forma coordenada. É uma mudança que privilegia o coletivo e visa dar sustentação a uma equipe que ainda busca sua melhor versão em 2025.
Não se trata de um Grêmio que jogará “por uma bola”, mas sim de uma equipe que quer atacar com organização e defender com segurança. Aos poucos, a identidade do time vai sendo moldada: um Grêmio aguerrido, concentrado, e que compreende a importância de cada detalhe em jogos decisivos como o de hoje.
O duelo contra o Godoy Cruz será um teste de fogo. Um bom desempenho fora de casa pode deixar a classificação para a próxima fase da Sul-Americana muito bem encaminhada, como também consolida o início de uma nova era no clube. Mano Menezes tem o perfil ideal para esse momento: conhece o Grêmio, sabe lidar com pressão e, acima de tudo, entende a necessidade de equilíbrio para vencer em um futebol cada vez mais competitivo.
A expectativa, portanto, é por um Grêmio mais consciente de seus limites e virtudes e com um futuro mais promissor sob nova (e conhecida) liderança.
Provável Godoy Cruz: Petroli; Arce, Mendoza, Rasmussen e Meli; Poggi, Fernández, Altamira, Barrea e Andino; Martínez Dupuy
Provável Grêmio: Tiago Volpi; João Pedro, Jemerson, Kannemann e Lucas Esteves; Villasanti, Dodi, Edenilson e Monsalve; Cristian Oliveira e Braithwaite
Foto: Lucas Uebel/Grêmio