Material exibido no Quiosque da Cultura passa a integrar o acervo permanente do clube e reforça a preservação da memória da comunidade negra de Gravataí
O historiador Carlos Albani entregou à presidente do Clube Seis de Maio, Glau Barros, as fotografias e documentos que integraram a exposição realizada no Quiosque da Cultura em maio deste ano. Após emocionar o público no centro de Gravataí, o material — agora oficialmente doado pela Secretaria Municipal de Cultura (SMC) — passa a compor o acervo permanente do clube.
A abertura da Exposição de Longa Duração “Rumo aos 70 anos” acontece na quarta-feira, 19 de novembro, às 19h, na sede do clube (Rua Castilho Inácio Barcelos, 124 – Oriçó), durante o Mês da Consciência Negra, reforçando o compromisso com a preservação e a valorização da memória da comunidade negra da cidade.
Resistência, arte e muita luta marcam a história de um dos mais tradicionais clubes sociais de Gravataí. A mostra — promovida pela Prefeitura de Gravataí, por meio da SMC — celebrou os 69 anos do Clube Seis de Maio, apresentando um panorama da sua trajetória com documentos, imagens e um mini documentário exibido ao longo da exposição.
“O Clube Seis de Maio é um patrimônio vivo da cidade. Entregar este material à sua sede é mais do que um gesto simbólico — é devolver à comunidade a sua própria história, contada pelas mãos e pelas vozes de quem a construiu”, destacou o historiador Carlos Albani, curador da exposição, que também contou com textos em braile e audiodescrição de imagens, reafirmando o compromisso com a acessibilidade.
Fundado originalmente como um time de futebol, o Seis de Maio nasceu da dor da segregação racial ainda presente no município no final dos anos 1950. Enquanto a população branca ocupava livremente os espaços de lazer, a comunidade negra permanecia excluída. Foi nesse cenário que um grupo de amigos decidiu criar seu próprio espaço — e assim se ergueu um dos maiores símbolos da resistência e da cultura negra gravataiense.
Para a presidente do clube, Glau Barros, o momento representa a continuidade de uma história que pertence à cidade:
“Cada foto, cada documento é um fragmento da nossa história, da nossa luta e da nossa alegria. Receber este acervo é fortalecer nossa memória, garantir que as próximas gerações compreendam de onde viemos e inspirem-se na força da nossa comunidade para seguir adiante.”
Agora, o acervo retorna ao seu lar, encontrando morada definitiva na sede do Clube Seis de Maio — um espaço que segue vivo, pulsante e essencial para a memória, a identidade e a cultura de Gravataí.
Foto: Divulgação



