Em um vídeo que circulou nas redes sociais no último fim de semana, o cantor da banda de forró Dubai Ícaro Trindade, ironiza a tragédia da Boate Kiss enquanto outro membro segura uma pistola de faíscas em uma casa noturna de Boa Vista, Roraima.
O fato teria ocorrido na última sexta-feira (3) e no vídeo pode-se ver Ícaro no palco falando ao microfone “Alô Boate Kiss”. No mesmo momento um outro músico segura uma pistola de pirotecnia.
Após a repercussão negativa do vídeo, na última terça-feira (7), Ícaro usou as suas redes sociais para se desculpar pelo, segundo o próprio cantor, “péssimo comentário”. O vocalista ainda pediu perdão pelo seu erro: “Eu sei o que é a dor de perder alguém que a gente ama. Assisti a série e infelizmente na hora que estava soltando o artefato pirotécnico eu lembrei da frase, mas venho pedir perdão”, publicou Ícaro em sua página do Instagram.
O vídeo causou revolta nos internautas e também ao coletivo Kiss: que não se repita que repudiou por nota a ação do cantor:
“Nos últimos dias, estamos recebendo de centenas de pessoas um vídeo que circula nas redes sociais, de um evento de aniversário ocorrido no estado de Roraima, onde o vocalista da Banda Dubai lembra, em tom de ‘brincadeira’, o massacre ocorrido na Boate Kiss. Durante os parabéns, no palco, a banda usou uma pistola que solta faíscas de fogo de grande proporção, onde o cantor fala: ‘Alô, Boate Kiss’, enquanto todos dançavam no palco. É inadmissível que, após esse logo período de tempo, ainda tenhamos que conviver com a desmoralização desse massacre, ferindo a honra dos mortos e a resistência daqueles que sobreviveram e lutam por uma sociedade justa e segura. Ainda carregamos as feridas do 27 de janeiro de 2013 e buscamos formas de lidar com as consequências traumáticas do ocorrido. Repudiamos toda e qualquer forma de falas irônicas que naturalizam e desumanidade e tripudiam da nossa dor. O que foi dito e feito pelo vocalista não pode ser considerado como uma ‘interpretação mal feita’. Além disso, em manifestação, o cantor diz ‘entender a dor, pois, já perdeu dois irmãos de forma trágica”. Não existe equiparação a dores, muito menos, usá-la como justificativa para se desculpar por tal ato. A dor não se mede”, diz a nota do coletivo que busca honrar a memória das vítimas e auxiliar os familiares que perderam seus entes queridos.