Iniciativa do Ministério da Justiça mobiliza equipes em todo o país; ação ocorreu na Praça do Avião e busca ampliar a identificação de desaparecidos no Brasil.
Canoas recebeu, nesta segunda-feira (11), a equipe do Instituto-Geral de Perícias do Rio Grande do Sul (IGP-RS) para a edição 2025 da Campanha Nacional de Coleta de DNA de Familiares de Pessoas Desaparecidas. A iniciativa, organizada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), tem como objetivo ampliar as ações de identificação de pessoas desaparecidas em todo o país. A ação foi realizada na Praça do Avião, no Centro da cidade.
Esta é a terceira edição da campanha desde sua criação. Em 2024, foram coletadas 1.645 amostras, que resultaram na identificação de 35 pessoas. Apenas no Rio Grande do Sul, três casos foram solucionados graças ao mutirão.

Além da coleta de novas amostras, a edição deste ano também mobiliza uma força-tarefa nacional para agilizar a análise de perfis genéticos que ainda aguardam processamento.
A coordenação é da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), com apoio de laboratórios de genética forense, delegacias especializadas, órgãos estaduais e outras autoridades. O DNA coletado é utilizado exclusivamente para a identificação de desaparecidos.
O procedimento é simples: a coleta pode ser feita com um cotonete, retirando células da parte interna da bochecha, ou com uma pequena gota de sangue extraída do dedo.

Entre os participantes da ação estava Suelen Santos Zefino, 19 anos, moradora do bairro Guajuviras. Ela busca localizar o pai, Valmor Zefino, portador de Alzheimer, desaparecido há um ano e oito meses.
“Busquei essa campanha na esperança de encontrar alguma informação sobre onde ele possa estar, pois o importante agora é não desistir de encontrá-lo”, disse Suelen.
A perita criminal Cecília Helena Fricke Matte destacou a importância da mobilização e reforçou o apelo para que mais familiares participem. “Temos no nosso banco de dados mais de 600 pessoas não identificadas. Mesmo que a resposta não seja positiva, pelo menos é possível encerrar um ciclo”, afirmou.
Fotos: Bruna Ourique/Prefeitura de Canoas