spot_img

Cannabis medicinal surge como abordagem terapêutica para dor

A dor crônica afeta milhões de brasileiros e tem se consolidado como um dos principais desafios de saúde pública no país. Segundo o Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI-Brasil), realizado com apoio do Ministério da Saúde, cerca de 37% dos brasileiros com mais de 50 anos relatam conviver com algum tipo de dor persistente. Esse tipo de dor se estende por mais de três meses — e, muitas vezes, por anos — impactando diretamente o sono, a produtividade, o humor e a qualidade de vida.

A pesquisa também revela que quase um terço desses pacientes faz uso de opioides. Embora esses medicamentos tenham ampla aplicação clínica, seu uso prolongado pode estar associado a tolerância, dependência física e efeitos adversos como sedação, constipação e, em casos extremos, depressão respiratória. A Associação Médica Brasileira e o próprio Ministério da Saúde alertam para os riscos do uso indiscriminado dessa classe de medicamentos.

Diante desse cenário, cresce a busca por abordagens terapêuticas alternativas, seguras e baseadas em evidência científica. Entre elas, a Cannabis medicinal vem ganhando destaque no Brasil e no mundo como uma opção viável, especialmente em quadros de dor crônica refratária.

“A dor crônica não é apenas um sintoma — é uma experiência sensorial e emocional complexa. Os fitocanabinoides, como o CBD e THC, têm demonstrado eficácia clínica quando prescritos com acompanhamento. Eles atuam em mecanismos inflamatórios que podem estar na origem da dor e também modulam sua percepção, com efeitos observados tanto em nível periférico quanto central”, explica o neurocirurgião Dr. Marcos Prandine.

Estudos publicados em periódicos como Pain, JAMA e The Lancet Neurology indicam que fitocanabinoides como o Tetrahidrocanabinol (THC) e o Canabidiol (CBD) interagem com receptores do sistema endocanabinoide, influenciando diretamente mecanismos relacionados à dor, inflamação, sono e humor.

Segundo levantamento do portal Cannabis & Saúde, com mais de mil pacientes em tratamento com cannabis no Brasil, a dor crônica é a condição predominante entre as indicações clínicas, correspondendo a 35,5% dos casos. O dado evidencia a relevância da terapia canabinoide em quadros como fibromialgia, lombalgia, enxaqueca, artrite, artrose e dor oncológica.

O avanço das evidências científicas também impulsionou o marco regulatório no Brasil. Desde 2022, a RDC 660 da Anvisa autoriza a importação de produtos derivados de Cannabis por pacientes com prescrição médica, desde que para uso próprio e com a devida autorização da agência. Segundo dados da consultoria Kaya Mind, mais de 672 mil brasileiros já utilizam cannabis medicinal, e cerca de 50% desses acessos ocorrem via importação autorizada. 

Nesse contexto, a TegraPharma, empresa americana com presença no Brasil, atua como facilitadora no processo de acesso à terapia canabinoide por meio da RDC 660/2022 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A empresa oferece suporte técnico a prescritores e acolhimento aos pacientes, promovendo segurança no processo de importação e contribuindo para a disseminação de informações científicas sobre o uso terapêutico da cannabis.

“Sabemos que a dor crônica afeta profundamente a vida das pessoas, muitas vezes de forma silenciosa e prolongada. Nosso compromisso é acolher esses pacientes e garantir que tenham acesso legal, seguro e orientado à terapia com Cannabis medicinal. Também apoiamos os profissionais de saúde com conteúdos técnicos e capacitação, para que estejam preparados para oferecer essa abordagem com responsabilidade e segurança”, afirma Ana Gabriela Baptista, CEO da TegraPharma, pesquisadora e P&D&I de produtos de Cannabis para fins medicinais.

Além do suporte ao paciente, a empresa investe em ações educativas e na formação continuada de profissionais de saúde, promovendo a integração da terapia canabinoide aos protocolos clínicos com responsabilidade e base científica.

O uso terapêutico da Cannabis tem sido objeto de estudos e regulamentações no Brasil e em outros países, especialmente em contextos clínicos como o da dor crônica. A expansão de pesquisas, a formação de profissionais e a regulamentação da importação de produtos à base de Cannabis vêm permitindo que essa abordagem seja considerada em protocolos terapêuticos, sempre sob orientação médica.

spot_img
- Conteúdo Pago -spot_img