Buscas pelo termo “PIX” cresceram 86,67% no Google no último mês

Em janeiro de 2025, a Receita Federal anunciou a Instrução Normativa 2.219/2024, uma mudança nas regras de monitoramento de atividades econômicas no Brasil que gerou grande repercussão. Segundo um estudo recente realizado pela Agência Conversion, especialista em dados e SEO, utilizando dados do Ahrefs, revelou que, em dezembro, foram registradas 497 mil buscas mensais pelo termo ‘Pix’. Já em janeiro, esse número subiu para 929 mil buscas – um aumento de 86%.
A medida passou a determinar que operadoras de cartões, aplicativos de pagamento e bancos digitais reportassem movimentações financeiras mensais acima de R$ 5 mil para pessoas físicas e acima de R$ 15 mil para empresas, incluindo Pix, cartão de crédito e outros métodos. Antes dessa norma, apenas instituições tradicionais, como bancos e cooperativas de crédito, eram obrigadas a prestar esse tipo de dado à Receita.
Então, tais informações seriam reportadas a cada semestre, via e-Financeira. A plataforma, que já era utilizada para registrar informações sobre contas bancárias, investimentos e previdência privada, passaria a integrar detalhes de operações feitas em moeda eletrônica e contas pós-pagas. Assim, a medida fazia parte de uma ampliação do monitoramento para combate à evasão fiscal e transparência nessas atividades digitais.
No entanto, o anúncio gerou uma série de interpretações equivocadas, e a disseminação de informações falsas nas redes sociais levou à crença de que o governo passaria a taxar essas movimentações. Desse modo, a desinformação impactou diretamente o uso desse método instantâneo, levando a uma redução significativa nas transações realizadas no início do mês.
Nesse sentido, dados do Sistema de Pagamentos Instantâneos (SPI) do Banco Central (BC) mostraram que, na primeira quinzena de janeiro de 2025, foram registradas 2,286 bilhões de transferências via esse meio de pagamento, um número 15,3% menor do que os 2,699 bilhões verificados no período homólogo de dezembro do ano anterior e 13,4% inferior ao mês de dezembro completo.
Diante da repercussão negativa, o governo federal optou por revogar a norma, o que contribuiu para a recuperação gradual desses números. Portanto, entre os dias 16 e 27 de janeiro, o volume de movimentações via Pix voltou a crescer, totalizando 1,923 bilhões de transações. Ou seja, um aumento de 0,24%, em relação ao mesmo período de novembro do ano anterior.
Mesmo com as oscilações provocadas pelo episódio, a Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN) aponta que o Pix continua sendo o meio de pagamento mais utilizado no país, superando opções como cartões de crédito, boletos bancários e transferências tradicionais.
Uso do Pix pelos brasileiros
Além das transferências entre pessoas, o método tem sido cada vez mais utilizado para quitação de salários, compras online, contas de consumo e transações comerciais em estabelecimentos físicos.
No setor de turismo e transporte, o meio também se consolidou como uma opção eficiente, inclusive no momento de comprar passagem. Além disso, serviços de mobilidade urbana, como táxis e aplicativos de transporte, também aceitam Pix, ampliando sua acessibilidade.
Ainda, pequenos e médios empreendedores, bem como prestadores de serviço, têm encontrado na ferramenta uma maneira de reduzir custos com taxas administrativas cobradas por outras formas de pagamento.
A adesão também é evidente em plataformas de investimento. Com a possibilidade de realizar aportes de forma instantânea, aplicadores transferem valores para suas corretoras com mais facilidade, sem a necessidade de esperar por prazos de compensação. Desse modo, agiliza o processo de compra e venda de ativos financeiros.