Bolsonarismo e oportunismo nas eleições de 2024

As eleições estão mais próximas, entre debates dos candidatos a prefeitos e notícias dos conflitos judiciais entre eles, é preciso ter atenção e falar também daqueles define as questões mais importantes das cidades, que são os vereadores.

O ex-presidente Jair Bolsonaro, tem sua imagem usada e manipulada por candidatos a vereador em várias cidades.

Nos últimos meses, seguindo o efeito Bolsonaro, uma mar de candidatos resolveu se identificar como  direita, conservador e patriota, para tentar enganar o eleitor menos informado, assim pleiteando uma vinculação com o badalado Jair Bolsonaro, o nome mais recorrente nas eleições em alguns municípios. 

Mas a pergunta que não quer calar! Onde estavam esses candidatos conservadores, patriotas e de direita, defensores da politica liberal, do empreendedorismo e Estado mínimo? A resposta é simples, na minha cidade, em Canoas, estavam todos! TODOS!!! nos três últimos  governos da cidade, que jamais se identificaram como direita ou qualquer um dos termo tupiniquim modista. 

O fato que ninguém vê nesta eleição, chama-se oportunismo, pois há aqueles postulantes a vereadores que fazem uso da tragédia das enchentes, para justificar pedidos de votos, fazendo uso do voluntariado que tanto simbolizou a ajuda e empatia naquele momento difícil – Na minha opinião, qualquer um que use qualquer referência que auxiliou ou ajudou alguém nas enchentes não merece meu voto, o voluntariado não pode ser moeda de troca ou servir para auto-promoção

Esses candidatos que euforicamente se colocam como oposição do atual gestor (em Canoas, por exemplo), na sua grande maioria já foram parte do governo do atual prefeito, ou do prefeito antecessor. Estranhamente, candidatos que eram porta voz de governo, secretários de saúdes (esses foram muitos), obras, planejamento, educação, enfim vários cargos, simplesmente acordaram um dia como liberais de direita, recriminando a ultima gestão a qual fizeram parte, faz sentindo isso? 

A resposta é sim, pois a maioria dos nossos futuros políticos, só precisam declarar-se de direita, sem saber sequer a história ou fundamentos dessa ideologia politica, muito menos os conceitos de uma gestão de direita, sem conhecimento dos textos sobre PositivismoOlavo de Carvalho, Thomas Sowell ou Jordan Peterson, o básico para ideologia de direita no Brasil, mas o objetivo é atender ao oportunismo da hora. 

Nessa toada, tenho que curvar-me a coerência e fidelidade dos políticos do segmento de Esquerda, que podem até pender para o centro, às vezes, mas deixam claro que representam a raiz de sua ideologia voltada para social e populismo, sem tentar enganar o eleitor. 

Na eleição ao executivo, importante ressaltar que o protagonismo cabe aos  vices-candidatos, uma vez que assistimos nos últimos anos a importância de firmar parcerias com bom alinhamento político, neste pleito, os vices-candidatos têm um papel importantíssimo, pois em nosso cenário provavelmente muitos serão de fato prefeitos, levando em consideração a situação jurídica de grande parte dos candidatos é uma hipótese bem viável. 

Nossos vereadores, aqueles que deveriam “trilhar o caminho” (do grego antigo, a palavra vereador vem da palavra “verea”, que significa vereda, caminho), seguem no “mais do mesmo”, criticando a atual gestão, sendo que faziam parte dela a poucos dias, repetindo palavras como RECONSTRUÇÃO, RENOVAÇÃO e MUDANÇA. 

Então temos bons candidatos? Os bons candidatos não fazem parte de ciclos políticos que trocam de legendas corriqueiramente, a mudança e renovação que tanto se fala e buscam, está na escolha de pessoas sem vínculos políticos dos últimos anos, estes bons gestores e líderes, são sobretudo discretos, não usam vitimismo ou chantagens emocionais, não usam do voluntariado nas tragédias para colher votos, nem apontam erros e equívocos aleatoriamente (a critica pela critica), bons candidatos usam do conhecimento e dedicação, sabem que não construirão creches, hospitais ou aumentaram vagas sozinhos em um passe de mágica, e mais inúmeras propostas absurdas, daquelas que buscam iludir o eleitor médio.

 De fato, temos poucas opções de certa qualidade ao executivo, vemos isso nas entrevistas e debates, assistimos o quanto a classe política regrediu ou estagnou na década de 90; pior ainda é o que temos para o legislativo, oportunistas com bandeiras no ombro, surfando na onda Bolsonarista e da direita, ignorando seus passados recentes. 

O que conforta é que aqui no solo gaúcho não há agressões, cadeiradas ou baixarias, ainda, pois se der certo a eleição para Marçal em SP, esse será o modelo oportunista a ser adotado nas próximas eleições? Vamos ver a partir do resultado do primeiro turno. 

Por fim, pra não dizer que não falei das flores,  entre os muitos há alguns candidatos que vale a pena votar, eles existem e estão com seus nomes à disposição, basta procurá-los nos lugares certos, com coerência. 

Muita luz a todos. 

 

O medo da chuva

Fortes ventos de todas as formas, assustam o canoense

Ao que tudo indica, quando chove, o canoense e moradores das cidades da região não tem paz nem tranquilidade, o ano de 2024 está sendo um teste de sobrevivência, a cada dia que chove é exposta a vulnerabilidade do sistema de proteção e fragilidade de medidas executadas. A prevenção tão falada e solução está longe de ser colocada em prática, seja por falta de recursos (o que não iria faltar, segundo o Gov. Federal), seja por ações eficientes e ágeis da gestão pública das cidades banhadas pelos rios. Em Canoas, atualmente a chuva virou sinônimo de preocupação e prejuízos, muitas pessoas ainda nem se recuperaram da tragédia de Julho e já tem na sequência novos  danos e traumas. 

Culpar somente a gestão pública sobre essa situação seria irracional, contudo a nova realidade climática não é novidade e deve ser prioridade para qualquer gestão, medidas mais práticas e permanentes são fundamentais. Enquanto isso, esperamos ansiosos poder parafrasear o saudoso Me. Raul Seixas, Eu perdi o meu medo, o meu medo, O meu medo da chuva, na prática por enquanto ainda tememos a chuva e os ventos. 

 

Porque não fazem?

Nos últimos debates, das principais cidades do Estado e fora também, assistimos às mais diversas propostas e promessas, algumas fora da realidade do nosso país, outras que solucionam situações magicamente. Os candidatos durante o processo eleitoral seja qual for o partido ou ideologia tem a solução para praticamente todos os problemas de qualquer cidade, muitos desses candidatos já ocupam ou ocuparam cargos públicos, como vereador, secretários, deputados estaduais, federais e até prefeitos, expõem o amor, dedicação pela cidade e por seu povo de forma apelativa. 

As perguntas que todos fazemos é: onde estavam antes que não aplicaram suas propostas? Para onde vão depois das eleições? Onde fica todo esse amor e dedicação ao povo e sua cidade? Não seria interessante se de fato as propostas, promessas e dedicação fossem genuínas?

As perguntas são óbvias e o conteúdo é o sentimento de todo o cidadão que não entende essa devoção no período eleitoral e depois o sumiço desses personagens.

spot_img
Rodrigo S. de Souza
Rodrigo S. de Souzahttps://realnews.com.br/
Comentarista, Bel. Direito, Advogado, Sociólogo e Político.

LEIA MAIS

- Conteúdo Pago -spot_img