Terminou essa semana uma das minissérie mais assistidas no mundo, trata-se do julgamento envolvendo estrelas hollywoodianas, Johnny Depp e Amber Heard, em um divorcio e ação de danos (morais) que movimentou as páginas de jornais, blogs e portais de notícias pelo mundo todo. No Brasil muitas pessoas acompanharam o julgamento das estrelas, com olhares muito diversos. Mas porque o divórcio do Pirata Jack Sparrow e Mera, a atlantes de Aquaman, chamou tanta atenção e merece nossa uma análise? Vamos tentar uma resposta. Aqui na terra do modismo e da polêmica, a questão teve como pano de fundo o extenso e complexo debate sobre a violência doméstica (…), simulação, cultura do cancelamento, vitimização simulada e o politicamente correto, entre outras infinitas análises que se pode extrair desse caso.
O risco de opinar sobre esse tipo de caso, esbarra na intolerância e falta de respeito ao direito do indivíduo, ser contra ou a favor de certas pautas ou idéias mais contemporâneas e ditas como modernas. Expor a opinião sincera ultimamente tem custado caro para algumas pessoas que se calam, ou, confrontam uma rede de “especialistas de facebook”, que criam uma verdadeira horda de críticos histéricos. Na maioria das vezes julgam antecipadamente ações e pessoas, muitas vezes prejudicando material, social e psicologicamente pessoas de todas as classes ou áreas, que simplesmente não admitem ou concordam com certa narrativa e pauta em destaque criada por ideologias modernas.
A moda é criticar e apontar, a internet criou especialistas em tudo, pessoas que criam teses e com seguidores impõem a aceitação sobre a ameaça de “cancelamento”, caso alguém questione ou não aceite a tese ou teoria ventilada como verdade, no Brasil essas questões foram politizadas e polarizadas. Há ainda, o politicamente correto, instituído há alguns anos atrás, que criou uma modalidade de lazer estranha no Brasil, pessoas passam literalmente o dia, garimpando frases (postagem na internet), manifestações artísticas, discursos e ações de outras pessoas, para identificar o que não agrada a pauta do momento ou que contraria o politicamente correto (…). Os fiscais da moralidade não perdoam nada, identificam os mais absurdos detalhes para sustentar suas teses e narrativas, assim criando debates e polêmicas para justificar sua existência, muitos desses debates são restritos as próprias pessoas que criam essas pautas, pois para a maioria das pessoas não tem tempo para essas análises filosóficas de especialistas de youtube e simplesmente ignoram.
Os exemplos são os mais variados, mas sempre de cunho radical e fonte ideológica. Para quem lembra, há alguns meses surgiu o debate devido a afirmação (ofensiva) que “todo homem é um estuprador em potencial”, que causou manifestações em quase todos os campos sociais, a teoria/tese teve seu objetivo alcançado, criando polêmica e atenção para quem desenvolveu essa tese. Tivemos a proposta de mudança do mascote e símbolo do SC. Internacional (melhor time do RS!), porque algumas pessoas entenderem que o símbolo do SACI era ofensivo e discriminatório.
Mais recente, além do polêmico julgamento de Johnny Deep e Amber Heard, tivemos a incrível continuação do clássico filme TOP GUN – Sobre o filme especificamente, faço uma pausa, para recomendar o filme, muito bonito e que deu seguimento ao original de forma magnífica, fazendo um encerramento digno a história que tanto embalou casais, com uma emocionante homenagem ao ator Val kilmer – Sobre a polêmica criada do filme, algumas mentes brilhantes conseguiram extrair de alguma parte do filme, uma proposta de “opressão machista”, nos termos da uma blogueira ativista “o filme é uma exaltação ao falo masculino, UM RETROCESSO ao cinema da década de 80”. A comentarista que se declara feminista, calssifica os filmes dos anos 80 como machistas simples assim, com aplausos de seus seguidores que sequer assistiram os filmes daquela década! Por que estamos vivendo um momento onde quem não segue a narrativa, faz parte do problema, ou seja, quem grita mais alto ou cria movimentos com seguidores quer apenas que o público concorde.
Enquanto isso, o julgamento encerrado na terra do Tio Sam, tem reflexo aqui no Brasil, algumas pessoas menos histéricas, têm atentado para o fato de simulações envolvendo violência doméstica e psicológica, são perigosas e existem mais do que se imagina, a vítima nem sempre é aquela aparentemente é mais frágil, ou quem o militante do cultura do cancelamento elege como vítima. Como visto no julgamento do Pirata do Caribe, que abertamente expôs para o mundo ser um homem vítima de violência doméstica com robustas provas, assistimos um caso real onde o “homem era vítima da opressão e violência de uma mulher”, fato que não é tão incomum assim, mas pouco debatido pela sociedade machista (…).
Talvez o texto dessa semana não agrade a todos [vou ser cancelado…], porque realmente tem a intenção de debater que a violência não tem gênero. Muitas vezes o radicalismo e a intolerância de quem defende certos pontos de vista, acabam banalizando um debate sério. Criar narrativas e buscar impor à pessoa/sociedade um comportamento como padrão ou instituir o que é politicamente correto, tem afastado as pessoas da racionalidade, uma vez que cada um possui a sua certeza ou razão.
No fim, defendemos a democracia, igualdade e liberdade de expressão, mas alguns mais barulhentos e sedentos por atenção, julgam de acordo com que entende certo ou errado, impondo a aceitação e adesão sobre o politicamente correto sob ameaça do cancelamento, apoiado por seguidores que fazem eco aos discursos. Aprendemos com julgamento do famoso casal americano, que “as aparências enganam”. Eu e algumas pessoas, aguardamos ansiosos os próximos filmes Piratas do Caribe, que deveriam iniciar com um pedido de desculpas.
Essência
ESTAMOS EM GUERRA?
A absurda execução ocorrida com requintes de extrema crueldade, em Sergipe, por agentes do Estado, da PRF, que resgatam a lembrança de execuções Nazistas, seguem com olhares tímidos por parte das comissões de direitos humanos do parlamento brasileiro. A sombra da impunidade e esquecimento cobrirá mais esse caso repugnante de abuso de autoridade policial? A falta de punição adequada a mais esse crime contra a vida, nos mostrará em que caminho seguiremos nos próximos anos, com aval do Estado. A guerra oficialmente é do outro lado do mundo, mas é aqui em nosso quintal que vivenciamos a barbárie e lutamos pela sobrevivência.
O FIM DE UMA TRADIÇÃO DO ELEITOR GAÚCHO
As recentes pesquisas para o próximo ocupante do Palácio Piratini, trazem o ex-governador Eduardo Leite, como um dos favoritos em todos os cenários com demais candidatos. O fenômeno da política gaúcha pode ser o primeiro governador a acumular dois mandatos desde a redemocratização. Resta consolidar os aliados a nível federal aqui no Estado, e prestar contas ao eleitor de seu trabalho e promessas. O governo Leite modernizou e enfrentou pautas polêmicas no Estado, mas deixou outras pendências, que no êxito de um possível novo mandato poderá concluir.
O DESPERTAR E O SILÊNCIO DOS INOCENTES DE CANOAS
A gestão do atual prefeito, Dr. Nedy, tem homeopaticamente feito mudanças para dar nova cara ao paço municipal, decisões objetivas e trocas de comando de pastas importantes têm ocorrido quase semanalmente. A equipe formada para a intervenção na saúde, tem a difícil missão de resgatar a confiança da população na capacidade de gestão mínima para a saúde da cidade. O despertar do executivo para os problemas da cidade, bem que poderia ocorrer na câmara de vereadores, lugar que seus ocupantes continuam em Nárnia, isolados de tudo que está acontecendo na cidade. O silêncio dos nobres só é quebrado para homenagens a conhecidos e simulações de lives de fiscalizações no melhor estilo “à la” parlamentares fluminenses.