A vida só se sustenta com apostas, inclusive nela em si. Para isso, apostar é o verbo carro-chefe, conjugado indissociavelmente do desejar.
Estamos num momento de apostas num Brasil melhor em tudo, geridos por uma correlação de forças democráticas coesa, trabalhadora e resolutiva, apesar dos golpes, desde as eleições de Lula até o vandalismo da extrema direita em Brasília, que não desiste de também apostar, mas em seus propósitos reacionários.
A burguesia brasileira, mesmo a mais democrática e neoliberal, como classe, teve que apostar em Bolsonaro, no lugar de Lula, comprometido com a classe trabalhadora e com um histórico, queriam ou não, de ter tirado o Brasil da linha de miséria e investido bem em todas as áreas.
A aposta em fake news, calúnias e difamações foram as ferramentas que agora não chegaram a garantir a reeleição do genocida.
Sempre questiono o quanto existe um rigor de perfeccionismo da direita em relação aos seus opositores, não aos seus líderes.
Na história, temos o exemplo de avanços inquestionáveis na era Vargas, como o voto feminino e as garantias trabalhistas. No entanto, existiu corrupção, o movimento negro foi reprimido, sindicatos foram atrelados ao Estado, que era nos moldes fascistas, no período ditatorial varguista. E não esquecendo que o comunismo foi perseguido e a mulher de Prestes, Olga Benário, foi entregue aos nazistas.
Então, não temos santos para nos governar, mas temos apostas em quem já fez muito, agora, agregado a uma frente. Torcemos para que o novo arcabouço fiscal seja acolhido pelo Congresso, pois dele depende o investimento social, considerando que não há uma radicalidade no aumento de impostos, mas foco na não sonegação. Quem terá coragem de defender isso abertamente? (Que nenhuma urgência de aprovação se distraia disso)
Diante de avanços concretos em meio ano de governo, são altas as apostas de um Brasil melhor para a maioria, diante de avanços, como exemplos:
- Bolsa Família, escola em tempo integral, gás a menos de R$100; queda do diesel, 68% a menos de desmatamento.
- O Brasil vendeu 5,7 bilhões de dólares para a Argentina, um aumento de 25% em relação ao mesmo período de 2022.
- Mais médicos; dentistas no SUS. TSE mantém o piso aumentado da enfermagem.
- Dallagnol caçado é a justiça contra o perseguidor da Lava Jato, e que o mesmo ocorra com seu comparsa Moro, que foi “aposta” como paladino da justiça, inclusive por incautos não fascistas!
- Um país se desarmando, literalmente, com o cadastramento da PF, é aposta em menos violência e poder para as milícias.
Percebo que existe uma posição subjetiva em geral muito positiva em relação a apostas em todas as áreas. Ainda há muito a ser feito, por exemplo, mais empregos.
Como militante, aposto no combate mais efetivo à homofobia e transfobia, na segurança e saúde integral da comunidade LGBTTQIA+.
Dando gás a essa militância, estou com um salutar orgulho do meu projeto, que será realizado na parada deste ano, consistindo no primeiro baile e feira da diversidade, na Praça Brigadeiro Sampaio. O entusiasmo está sendo geral, com apoios institucionais e da comunidade ao redor.
Tenho militado para que se retome o “S” de simpatizantes, pois eles são mediadores das lutas contra os preconceitos que o movimento combate em todas as instâncias sociais, principalmente na família, escola e trabalho.
Tudo isso que já nós estimula nos primeiros avanços não exclui uma luta sempre utópica pelo ideal. Na psicanálise, é a falta que motiva o sujeito do desejo.
Isso é reforçado pela citação de um filósofo, Fernando Birri, por Eduardo Galeano em “Las palabras”: “Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar.”
Na clínica, na singularidade da escuta da dor, o psicanalista sempre irá valorizar os avanços na realização dos desejos de nossos analisandos. Por isso, o investimento é fundamental. Como dizia Freud: “Cara é a doença”. Seguimos também apostando na potência do trabalho psicoterapêutico, indicando mais informações no site “Psi – Psicoterapia Online”; http://clinicapsi.org/