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Ameaças Chinesas a Taiwan

 

Após Taiwan realizar suas eleições democráticas e a população eleger Lai Ching-te como novo presidente da ilha no Extremo Oriente, a China não ficou satisfeita com essa notícia. Lai é aliado da ex-presidente taiwanesa Tsai Ing-wen, que tinha tendências separatistas em relação à China. Agora, Lai possui uma visão ainda mais extrema sobre essa ideia, o que levou a China a cercar militarmente a ilha com suas forças armadas como forma de retaliação à eleição.

Taiwan foi formada após o fim da guerra civil chinesa, com a ida do exército nacionalista, derrotado na China continental pelo exército popular chinês. Desde então, formaram-se dois governos para um país: de um lado, a China continental comunista; do outro, a ilha de Taiwan capitalista, apoiada pelos Estados Unidos. A questão maior é que, nas últimas décadas, a China, após aumentar sua economia e seu poder geopolítico, tem reivindicado Taiwan com mais força.

A China não reconhece o governo de Taipei (capital de Taiwan) como legítimo, considerando-o uma região rebelde de seu território. Nos últimos anos, as tensões têm se tornado cada vez mais fortes entre os dois países. Vale lembrar que Taiwan tem um acordo com os Estados Unidos para proteção em caso de ataque chinês à ilha, o que leva todo o Oriente e o mundo a um momento muito tenso na geopolítica mundial, colocando frente a frente as duas maiores potências militares e econômicas do mundo.

De fato, é algo que está sendo levado muito a sério por ambos os países, pois ambos claramente vêm se preparando para um conflito considerado certo nos próximos anos. Para se ter uma ideia, a China possui atualmente a maior marinha do mundo, ultrapassando a americana em quantidade, com dois porta-aviões em pleno funcionamento e mais um nos seus últimos ajustes antes de ser colocado em ação plena. Além disso, a China tem um programa de mísseis balísticos e hipersônicos de alta tecnologia.

Em contrapartida, os Estados Unidos têm apostado na tecnologia e não tanto na quantidade como a China. Por exemplo, a marinha americana atualmente é a mais poderosa do mundo, mesmo que perca em números para a chinesa. A força da marinha americana está nos seus 11 porta-aviões, todos de energia nuclear, ao contrário dos dois chineses, que são de propulsão a diesel e não têm a mesma tecnologia e autonomia de seus rivais.

Além de todos esses fatos mencionados, a verdade é que estamos vivendo uma divisão geopolítica mundial, colocando frente a frente dois blocos: o ocidental, capitaneado pelos Estados Unidos, e o oriental, formado na sua maioria por ditaduras, tendo a China como seu líder. O certo é que a China quer estar pronta para retomar Taiwan até 2035, como já mencionou Xi Jinping em um discurso algum tempo atrás. Agora é aguardar os próximos acontecimentos dessa questão no Extremo Oriente.

 

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Everton Kisner jr
Everton Kisner jr
Professor, Historiador militar, Especialista em geopolítica.

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