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Alergia a lactose x intolerância a lactose. Qual a diferença?

Tirar a lactose da dieta é algo comum entre quem quer perder peso, mas para algumas pessoas essa restrição não é uma escolha.A intolerância à lactose e alergia à proteína do leite podem provocar sérias consequências à saúde.

Sem poder saborear pães, bolos, queijos, entre outras guloseimas, quem sofre muito são as crianças. Os pais se desdobram para encontrar alternativas e garantir uma refeição adequada aos pequenos.

Muitas pessoas pensam que a alergia à lactose e a intolerância à lactose são a mesma coisa. Apesar de alguns sintomas similares, são condições causadas por motivos diferentes.

Intolerância x Alergia

Há diferenças entre intolerância e a alergia, mas em alguns casos as restrições podem se confundir. No entanto, cada uma se manifesta de uma forma diferente.

A intolerância à lactose é a dificuldade da digestão do açúcar do leite, que é a lactose, por uma deficiência da enzima que faz a digestão, que é a lactase. Já a alergia à proteína do leite é uma reação imunológica onde seu sistema vê as proteínas como um agente agressor.

Por isso, o diagnóstico clínico é eficaz.

A alergia pode se manifestar tanto gastrointestinal, dando cólica, diarreia, mas também pode dar urticária, que são os sintomas cutâneos de coceira, de pele. Pode dar o quadro respiratório, como rinite e asma e pode até dar reação anafilática – reação alérgica grave. Pode até ser fatal. A intolerância à lactose não, ela só dá sintomas gastrointestinais, cólica, gases e diarreia.

Embora as restrições possam atingir pessoas de todas as idades, elas são mais frequentes em públicos específicos. No caso da alergia, a maior prevalência é em crianças até 2 anos de idade, mas isso não quer dizer que não vai ocorrer no adulto. A maioria das crianças pode desenvolver uma tolerância às proteínas do leite de vaca e, até os 5 anos de idade, pode perder a alergia. Mas é uma das poucas alergias que existe uma cura. Tem casos que vão para a vida toda de alergia ao leite de vaca.

Já a intolerância é mais frequente nos adultos e pode se manifestar em decorrência da genética. Aí é para o resto da vida. Se bem que tem alguns casos de intolerância à lactose que são transitórios, por exemplo, se você tem um caso de diarreia viral, o intestino perde a mucosa, fica muito sensível e você tem um quadro transitório da intolerância, mas depois volta ao normal.

Mudanças na dieta

A reação imunológica do alérgico ao leite não varia de acordo com a quantidade ingerida. Assim, um pedaço de queijo ou um copo de leite podem desencadear sintomas de intensidade equivalente. O problema é que essa reação pode ser desde uma alteração leve de pele até um choque anafilático, que pode ser fatal. Por essa razão, leite e derivados precisam ser completamente excluídos da dieta do alérgico.

No entanto, essa medida resolve apenas parte da questão. Sem laticínios – uma das principais fontes de cálcio da nossa alimentação -, o alérgico precisa recorrer a outros alimentos para que a deficiência desse nutriente não leve a cãibras, perda de massa óssea e outras complicações. É recomendado consumir soja e vegetais verde-escuros, como a couve e o brócolis, para contornar o problema.

Ainda assim, esse reforço alimentar pode não ser suficiente. Nosso corpo consegue absorver até 90% de cálcio de alimentos de origem animal, mas apenas 10 ou 20% de cálcio de alimentos de origem vegetal. Neste caso, um nutricionista poderá recomendar suplementação do nutriente.

Já para a grande maioria dos intolerantes à lactose, a restrição é menor rígida. Nos graus leve e moderado dessa deficiência, o paciente ainda é capaz de digerir certa quantia de açúcar do leite. A quantidade de leite ingerida faz toda a diferença e a única dificuldade do intolerante é conseguir encontrar uma medida limite de consumo.

Conheça alguns cuidados essenciais para quem sofre com este problema.

  • Acostume-se a ler os rótulos dos produtos que consome para evitar a compra de alimentos com lactose involuntariamente.
  • Mantenha o consumo de cálcio e vitamina D. Nutrientes que podem ser encontrados nos vegetais de folhas verdes, como rúcula, couve, agrião, repolho e brócolis, além de feijão, abobrinha e ervilhas. Salmão, sardinha, tofu, laranja e sementes de gergelim também têm doses adequadas de cálcio. Além do consumo diário destes alimentos, é importante tomar sol.
  • Cuidado com medicamentos. Já é possível encontrar a enzima lactase em farmácias de manipulação, de acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Há porcentagens elevadas de lactose em certas fórmulas de remédios. Converse com o médico e verifique a bula antes de iniciar qualquer tratamento.
  • Consuma iogurtes com probióticos. Para não excluir totalmente os alimentos com lactose da rotina alimentar, inclua no cardápio iogurtes com probióticos. Esta opção pode contribuir com a digestão e reduz o inchaço abdominal (uma dica preciosa para as mulheres que enfrentam o período da menopausa).
  • Beba leite com baixo teor de lactose. Assim que fizer esta alteração, os sintomas irão reduzir e o organismo  vai começar a reagir de outra forma. Em casos mais sérios, opte pelo leite de soja.
  • Reponha a quantidade de cálcio. Insira na dieta mais alimentos como peixe, salmão, bacalhau.
Sinais de intolerância à lactose

Os sinais de intolerância à lactose podem aparecer entre 30 minutos até 2 horas depois de consumir qualquer alimento que contenha lactose.

A gravidade dos sintomas vai depender de cada pessoa, da quantidade ingerida e do grau de insuficiência da enzima lactase no estômago.

Vale a pena esclarecer que os sinais que o organismo apresenta nem sempre são específicos desse problema.

Portanto, eles podem ser “compartilhados” com outras patologias ou doenças gastrointestinais (principalmente a gastroenterite aguda).

Uma “pista” que pode ser útil é analisar o momento em que os sintomas aparecem. Se eles surgirem após ingerir leite, queijo, sorvete etc., é mais provável que se deva à intolerância à lactose.

  • A fermentação da lactose graças à ação de bactérias intestinais produz fezes mais ácidas, que podem causar irritação e ardor ao defecar.
  • Esse processo também pode causar inchaço e dor abdominal e uma maior quantidade de gases (que se mantêm por várias horas após a ingestão de lácteos).
  • É provável que as fezes e as flatulências tenham um odor muito forte e fétido.

A diarreia ou a prisão de ventre podem andar de mãos dadas com a intolerância, já que a flora intestinal se desequilibra. Também são muito frequentes as câimbras ou cólicas estomacais.

Nas crianças ou adolescentes intolerantes à lactose, são comuns as náuseas ou os vômitos.

Nos casos crônicos (deficiência secundária de lactase), também é possível apresentar:

  • Perda notável de peso
  • Vermelhidão perianal
  • Espasmos abdominais
  • Defecação explosiva

Além disso, esses pacientes experimentam problemas de pele, cansaço extremo e dores nas extremidades.

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