Em certo dia, há poucas semanas, estava sentado na praça de alimentação de um shopping na melhor cidade do mundo – Canoas lógico! Uma família chamou minha atenção, a mãe com seus dois filhos, que compartilham um lanche em sua mesa, daqueles que compramos para nossos filhos nos finais de semanas de passeios, que vem em caixinhas coloridas com brinquedinhos e um refrigerante com muito gelo, aqueles lanches que quando terminamos de comer dá vontade de sair correndo e ir comer um Xis completo!
Afinal, o que consumimos em Shopping são marcas e não alimentos não é verdade. A jovem mãe, estava em maus lençóis, uma guerreira com certeza! Daquelas incríveis mulheres que com todas suas atribuições e cargas ainda conseguem tempo para sorrir e cuidar dos filhos – foi essa impressão que tive – As crianças disputavam a atenção da mãe como gladiadores no Coliseu, o prêmio era brinquedo que havia na caixa vermelha da discórdia, que infelizmente naquele momento era uma caixa para os dois irmãos de aproximadamente sete e dez anos de idade.
Com o jogo de cintura que só as mamães têm, tentava disfarçar, mas a tragédia já estava anunciada, as crianças sabiam que havia um brinde dentro da caixa, e ali estava o troféu daquele que seria o filho preferido daquela mãe. O dilema da mãe beirava o conto de Salomão, que contou com bom senso e amor para resolver sua situação, narrada através dos tempos (…) uma ótima leitura até por sinal, O conto de Salomão e as duas mães;
Mas seguindo aqui no nosso século, uma das crianças sem pestanejar disparou na cara dura! “Mãe, quem vai ficar com brinde? é quem tu gosta mais né?” Não me surpreendi pelo pedido da criança, mas sim pela manipulação da formação da questão, pensei comigo! Ali estava um futuro Promotor de justiça talvez! Com certeza a situação agora tinha minha total atenção, passei a me esticar mais para ver como a sábia mãe resolveria o dilema.
Porém, imediatamente lembrei dos meus tempos de criança, onde disputavam o amor e preferência de nossa mãe a partir de uma laranja. Explico! Uma das melhores lembranças que tenho de minha infância é estar com minha mãe, situação que era raro, já que ela trabalhava muito, em alguns momentos ela contava suas histórias, em muitas delas estava cozinhando ou comendo. Às vezes era quando estava comendo laranjas, prestava atenção na técnica para descascá-la, a mãe conseguia descascar uma laranja sem quebrar a casca! Pra mim era sensacional um desafio que faço até hoje, assim no final, quando a laranja estava sem a casca, ocorria o momento mais tenso e esperado por mim e meus irmãos, um mais velho e outra mais nova (sim eu sou o do meio!), o momento da tampinha!
A tampinha da laranja tinha um significado naquela época, era dado ao filho preferido, isso pra mim estava claro, assim como para os meus irmãos, era o troféu e a oportunidade de se sentir superior, preferido e mais amado, a tampinha da laranja tinha todo esse poder! Geralmente a mãe dava a tampinha para a caçula (são sempre os privilegiados, não é mesmo), lembro de poucas vezes que ganhei, também tinha as trapaças de pegar e sair correndo e dizer que ganhou! Mas a consequência era uma possível “tunda de cinta”, então não valia tanto assim. Quando perguntava de quem a mãe gostava mais, ela dizia a frase de todas as mães “não têm preferido, amo todos”, hum sei!
Mas de fato a mãe também às vezes fazia todo um teatro para dar a tampinha e compensar quem não ganhava com um pedaço maior, mas o que valia mesmo para nós era a tampinha, ali estava a conquista. Muitas vezes, meu irmão ou minha irmã ganhavam a tampa da laranja e saiam felizes e orgulhosos, eu ficava, afinal ganharia o pedaço maior. Também sempre perguntava pra mãe discretamente de quem ela gostava mais, minha mãe do jeito dela, sempre dizia primeiro “gosto de todos iguais, e de cada um tinha um jeito diferente”, mas também falava sorrindo, bem baixinho e com um beijo na testa com tapinhas, não esqueço, “eu gosto de ti mas não fala para os outros, eles ficam com ciúmes”, isso me completava e satisfazia! Eu era o preferido, ela me dava aquele pedaço maior de laranja e eu saia.
Quando era mais criança, não percebia que a mãe geralmente ficava sem laranja, ela dava a tampinha do prêmio e os pedaços maiores como compensação, no início, quando criança, acreditava fielmente que a tampinha era a medida do amor da minha mãe (muito chorei naquela época!), o que é claro que não é. Já adulto vejo que o amor da minha e de todas as mães esta no conjunto do tudo, em estar ali a vida toda ao seu lado, e mesmo depois em suas lembranças ensinado e zelando, os símbolos e seus significados mudam de acordo com a percepção de mundo, o amor é algo que não mede, nem mesmo se entende, o amor materno é algo que não se encontra lógica, medidas ou fórmulas, para explicar.
Já o dilema da jovem mãe no shopping foi resolvido de uma forma familiar, o brinde foi dado ao menorzinho, que empunhou o brinquedo como um troféu, orgulhoso de seu prêmio a criança sorriu levantou e agradeceu a mãe. Já a jovem mãe, pegou o outro filho mais velho, o abraçou e falou algo em seu ouvido, dando-lhe um forte e carinhoso beijo, o menino por sua vez, olhou todos ao redor e sorriu. Ser mãe é um dom.
Muita luz a todos.
Essência
“SEM” DIAS DE GOVERNO
Um dos assuntos mais discutidos na última semana, foi a tradicional avaliação de 100 dias de governo, dos novos gestores. Na esfera federal, por mais que se tente abonar o velho novo governo de Lula é difícil não estar temeroso com futuro, apoiadores descontentes, dificuldades na câmara federal e uma sequência de declarações desastrosas do chefe do executivo diante do mercado econômico, já fazem até os mais entusiastas enrugar a testa.
Enquanto isso, um silêncio no gabinete da vice-presidência começa a ser incômodo para os petistas já calejados e com lembrança do fim do governo Dilma.
MIRANDO O PLANALTO, ENCONTRO DE PRESIDENCIÁVEIS
Essa semana houve um encontro que se repetirá mais vezes, o governador Eduardo Leite, sabidamente presidenciável, ensaiou um dos possíveis debates que ocorrerão com outro presidenciável também Governador mineiro Romeu Zema. Ambos, gestores reconhecidos e inovadores miram o planalto na sequência de suas carreiras políticas.
Os governadores participaram do Fórum da Liberdade, que ocorreu na Pucrs e vai até esta sexta-feira (14). Leite, foi vaiado algumas vezes, contudo com excelente retórica e sem deixar nenhuma provocação pendente sem resposta, o governador gaúcho saiu aplaudido do evento. Romeu Zema, por sua vez, foi tietado por empresários e lideranças, o que mostra uma forte influência do governador mineiro nos Estados que têm visitado.
O CUIDADO DEVE COMEÇAR EM CASA
Nos últimos dias uma sensação de insegurança tomou conta das escolas por todo o Estado, devido aos acontecimentos tenebrosos ocorridos em uma escola infantil em Santa Catarina (…). As pessoas passaram a ouvir falar de jogos e desafios que existem envolvendo vidas, a maioria oriundas da Dark e Deep Web.
Surgiram várias ameaças de ações criminosas nas escolas disseminadas através de grupos de whatsapp e redes sociais. Além do pânico em pais e responsáveis a situação, que não é isolada, demonstrou a fragilidade das escolas da cidade. Como precaução alguns pais optam em não deixar os filhos irem às escolas que receberam ameaças. A situação tem sido monitorada por várias forças tarefas da cidade e com auxílio do estado através da BM.
A importância de acompanhar as rotinas e acessos dos filhos nas redes sociais e páginas da internet sempre foi um alerta de especialistas, é preciso acompanhar mais os jovens, a responsabilidade deve começar em casa.