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A sentença de 11 de setembro

Minha geração herdou o espólio das lutas de classes pela redemocratização de nosso país, praticamente com uma definição consensual sobre os ditos “anos de chumbo”, recentemente a história sofreu questionamentos e novas perspectivas de outros autores, até então não vislumbrados ou modestamente mencionados em pequenos ciclos de debates republicanos e segmentados. A consequência de uma história mau contada, pode ser relacionada as recentes questões politicas e conflitos ideológicos que estagnaram o pais nos últimos anos?

De fato, a história recente do Brasil é cheia de brechas, ocultismos e acordos. Aliás, o Brasil é o país dos acordos, o brasileiro no geral foi ensinado a ser pacato (pós década de 1990) a conciliar ou aceitar, isto é inegável, não somos motivados por convicções e sim por ocasião, imposição e necessidade, nesta ordem (logicamente sem generalizar).

O 11 de setembro brasileiro, ficará marcado na história política e jurídica. 

Ainda mais recentemente, o brasileiro passou a se posicionar, a discussão saiu da futilidade e passou a assuntos de maior relevância social, político e até mesmo cultural. O Brasil está, décadas após sua mais recente constituição (CF/1988) se educando encontrando um sentimento e aura de cidadania, um processo moroso e às vezes conflitivo, mas necessário, já que não tivemos (como povo) a oportunidade de democraticamente debater sobre está pauta na formação da república – antes tarde do que nunca! 

Por mais que se discorde ou concorde com os recentes acontecimentos políticos, sem entrar no mérito técnico do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, pois a internet e grupos de whatsapp está repleto de pseudoespecialistas, que não fazem a mínima ideia dos reais motivos de bastidores (acordos firmados), mas de certa forma contribuem para o crescimento da reflexão e exercício do livre pensamento, quando não há pessoalização ou partem pra ignorância ou ironia, aliás a ironia é o refúgio do mau pensador – opinião – neste sentido o bom debate de opiniões controversas é sempre construtivo. 

Ex-presidente foi condenado com mais sete réus, pela 1ª turma do STF em julgamento controverso para muitos juristas, o julgamento foi acompanhado por grande parte dos brasileiros.

Antecipo que na minha opinião, o alardeado processo que condenou o ex-chefe de Estado, carece de inúmeros pressupostos básicos de um processo justo/imparcial, contudo o que deve se celebrar é a existência de um processo, oportunidade negada a muitos réus há tempos mais obscuros, sob está análise podemos concluir que evoluímos. Melhor um julgamento falho, revisável, do que julgamento algum – Encerrando aqui a opinião. 

A mudança de paradigma social que tivemos nos últimos 12 anos, nos trouxe até esse momento, “de divisão”, questionamentos sobre o papel político das instituições e apontamentos sobre a democracia moderna, a palavra mais usada nos últimos anos para justificar medidas e ações limitadas para alguns e ampla para outros. 

O Brasil não reagiu com balbúrdia geral quando da condenação do Presidente Lula, como profetizado por alguns, tão pouco vivemos uma “Venezuela ou similares” assim como não irá fazê-lo com a recente condenação do ex-presidente Bolsonaro, pois o povo não tem esse perfil, está ocupado produzindo e confia nos “acordos firmados por seus eleitos”,  mesmo que alguns provocado por lideranças descontentes por este resultado, por maior que seja a manifestação em apoio ao ex-mandatário, não corresponde a vontade geral da população sobretudo em relação a classe produtiva, que ainda atendem a simpatia pelo atual presidente e suas narrativas estrategicamente disseminada por sua imprensa pessoal. 

Jair Bolsonaro e demais réus, foram condenados por um tribunal constituído e reconhecido, procedimento acompanhado pela maioria dos brasileiros, que farão seus juízos de valores e entendimento de acordo com a capacidade de cada um. Já politicamente, quando o ex-presidente Bolsonaro, surgiu de discreta atuação parlamentar e se tornou um outsider político, sabia que estava afrontando um sistema ainda em formação, que em certas camadas já aparelhado – sugiro uma análise do trabalho do grupo Brasil Paralelo https://www.youtube.com/watch?v=yTenWQHRPIg –  as consequências de seu mandato e suas provocações sociais, geram  a “divisão” que temos hoje, assim como uma visível retaliação do sistema contra ele e seus aliados. 

STF encerrou no ultimo dia 11, um fase do julgamento que mobilizou o pais, e travou a pauta do governo por meses.

Outros líderes e mandatários fizeram parte da história de maneiras diferentes, em nossa recente história Bolsonaro cumpre seu papel como liderança de um segmento e ideologia recém desperta/resgatada apor alguns brasileiros, a condição de referência como líder de uma direita pós 1988 foi criada a partir de seu polemico governo, para alguns foi consolidada com a condenação do ultimo dia onze, injusta para seus apoiadores e tardia para para seus algozes. 

Longe de encerrar, os próximos capítulos testemunhados por nossa geração, definirão como seremos observados no futuro, quem serão os personagens a serem citados, suas participações nessa mudança do modelo social e comportamento do brasileiro, de fato personagens como Jair Bolsonaro e Luiz Inácio, que já fazem parte de nossa recente história, ficaram marcados no futuro como líderes de cada grupo, também por razões e julgamentos diferentes.

Como nossa geração contará sobre os julgamentos de presidentes condenados (Collor, Dilma, Lula e Bolsonaro) por diferentes crimes? Como serão analisadas ou debatidas no futuro? Certamente, com resultado justo ou não, a grande e inquestionável diferença é que nossa história atual será contada com mais transparência, e isso já é um bom começo.

Muita luz e serenidade a todos.

Saúde 

Temos recebido diversas reclamações e informações de canoenses sobre a falta de atendimento, ou dificuldades com acesso à saúde tanto das UPAS quanto nos hospitais com atendimento público de Canoas. 

A informação que médicos decidiram restringir atendimentos, por falta de pagamentos a profissionais, voltou a assombrar o cidadão ainda carente de um atendimento básico de saúde. A prefeitura quando provocada sempre menciona melhorias, contudo a saúde não pode mais esperar.  

 

Pesquisas 

Semanalmente temos visto pesquisas das mais varias para o governo gaúcho, com nomes divulgados de diferentes frentes, como toda pesquisa o resultado depende da encomenda. No atual cenário as identificações dos grupos permanecem no campo das especulações, principalmente pela falta de definição da frente de esquerda.

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Rodrigo S. de Souza
Rodrigo S. de Souzahttps://realnews.com.br/
Comentarista, Bel. Direito, Advogado, Sociólogo e Político.
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