O deputado federal e preso político Daniel Silveira (PSL-RJ) segue preso em regime fechado desde a sexta-feira (25/06), apesar de ter sido realizado o depósito bancário no valor de R$100 mil correspondente à fiança imposta ao deputado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, por ter infringido o uso da tornozeleira por cerca de 30 vezes. Foi multado, mas estranhamente a conta não estava ativada para o pagamento. Daniel é trancafiado em jaula como se fosse um ser a ser extirpado da sociedade. E aí fica o meu questionamento: por que Daniel provoca a ira do togado para que a força da lei se faça presente mesmo com a tentativa de pagamento de uma fiança?
Daniel é um político da direita, defensor das pautas conservadoras, apoiador do presidente, policial em sua profissão, defensor de nossas liberdades e tomou uma atitude de acordo com o seu julgamento moral em fazer um vídeo falando tudo o que estava engasgado em seu íntimo. Não cabe aqui a discussão se a fala foi correta ou não, foi um desabafo de milhares de brasileiros. Sabíamos que geraria consequência, mas pergunto a ti, existe crime de opinião nesse país?
Por acaso alguém que já te ofendeu a quatro ventos, te ameaçou e te machucou até fisicamente está preso como Daniel? Ou só ocorre por conta de um ego inflado de um ministro todo poderoso contra quem esteja na trincheira conservadora?
O que quero alertar aqui é: quem mais será preso como bandido nesse país por sua livre expressão?
Ah! Mas ele fora hostil em suas palavras, senhorita Carina, ele fora rude contra uma autoridade. Aí eu pergunto, isso ainda é passível de prisão e coibição de qualquer liberdade?
Que respeito uma autoridade como o tal sinistro merece quando manda soltar milhares de bandidos durante uma crise pandêmica como desculpa do vírus para assolar a sociedade já fragilizada? Que respeito merece um tirano que não respeita a vontade de uma população que elegeu um presidente de forma legítima em 2018?
Alguém da esquerda que atacou o STF com o mesmo tiro de palavras fora preso? Vamos lembrar: o ex-senador Roberto Requião, em visita ao acampamento que acompanhou a prisão de Lula no Paraná, disse: “A prisão de lula é um biombo para esconder a entrega do petróleo, do sistema elétrico, dos direitos dos trabalhadores, da aposentadoria, da Embraer, da Eletrobrás. É o fim do estado social no brasil. Ou Supremo manda soltar o Lula ou o Supremo não existe mais. Com o fim do Supremo, acaba também o Congresso Nacional.” E mais, Em abril de 2018, o ex-deputado petista Wadih Damous, que chegou a ser presidente da OAB-RJ, exigiu o fechamento do STF. “Nós temos que redesenhar o poder Judiciário e o papel do STF. Tem que fechar o STF. Temos que criar uma Corte Constitucional com seus membros detentores de mandato. Evitar que gente como Roberto Barroso tenha o poder de ditar os números do processo eleitoral, da escolha popular e da democracia brasileira.” Em outubro deste mesmo ano, o ex-ministro petista José Dirceu “O problema é que o STF, não sei nem o porquê desse nome. Tinha que tirar todos os poderes de Supremo, deixar só Corte Constitucional. Depois que Judiciário não é poder da República. Só existem dois poderes eleitos que tem soberania popular: Legislativo e Executivo. O Judiciário é um órgão.”
Algum deles foi indiciado por atos antidemocráticos? Não.
Quando os verdadeiros bandidos desse país irão responder pelos seus atos destrutivos? Sobre isso ouço o silêncio ensurdecedor dos tirantes do martelo.
A base aliada de todo o país deve unir-se para a liberdade de todos os presos políticos que apoiam a pauta conservadora no Brasil, pois caso contrário a prisão política contra nós será um ato corriqueiro daqui em diante caso falemos fatos, apenas. Não basta a censura nas redes, até quando vamos ir carregando esse beduíno silencioso da política da fatia do salame que tolhe a cada dia nossas expressões? Sem voz, sem união, sem consciência sobre o FATO em si, a prisão por opinião livre, estamos alimentando o inimigo de forma adormecida enquanto amanhã não saberemos quem de nós estará atrás das grades proibidos de exercer o que temos de mais importante, nossa liberdade ou estaremos coniventes com a ditatura da toga.
CARINA BELOMÉ
jornalista por atuação, conservadora, armamentista e antifeminismo
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