O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciou hoje que o retorno do horário de verão no Brasil dependerá estritamente da evidência de necessidade de suprimento no setor elétrico. Durante um pronunciamento nesta quarta-feira, Silveira destacou a sensibilidade do setor elétrico à variação do índice pluviométrico, enfatizando a importância da precaução em relação à decisão de implementar o horário de verão.
“Como o setor elétrico é um setor extremamente sensível e dependente do índice pluviométrico, é importante que nós, o tempo todo, nos mantenhamos precavidos sobre a afirmação de que vai ou não vai acontecer. O horário de verão só acontecerá, é evidente, se houver sinais e evidências de uma necessidade de segurança de suprimento do setor elétrico brasileiro. Por enquanto, não há sinais nesse sentido”, esclareceu Silveira.
O ministro também ressaltou que o país está vivendo o melhor momento dos últimos 10 anos nos reservatórios, embora tenha mencionado a preocupação com a situação pluviométrica no norte do país, que tem impactado gravemente a região, especialmente o estado do Amazonas. Essa questão está sendo tratada pelo ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Valdez Góes, em colaboração com o Ministério da Defesa para socorrer a população afetada.
A discussão sobre o retorno do horário de verão ganhou destaque após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, eleito em 2022, abrir uma enquete no X (antigo Twitter) para perguntar aos seguidores se eles eram favoráveis ou não à medida. Com mais de 2 milhões de votos, a opção “sim” venceu com 66,2% dos votos.
O horário de verão, que foi instaurado na década de 1930 pelo ex-presidente Getúlio Vargas, foi abolido no primeiro ano do governo de Jair Bolsonaro, em 2019. Durante a campanha, o presidente Lula não deixou claro se o retorno do horário de verão era uma proposta ou não.
Por outro lado, a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) enviou recentemente uma carta ao presidente Lula, ao vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, e ao ministro do Turismo, Celso Sabino, pedindo o retorno do horário de verão. A associação argumenta que a medida gera um impacto direto positivo no faturamento dos estabelecimentos do setor, com uma alta estimada entre 10% e 15%.



