Em um marco significativo na batalha contra a pandemia de Covid-19 no Brasil, o país alcançou a marca de mais de 540 milhões de doses aplicadas desde janeiro de 2021. Essa conquista representa um momento de transição das campanhas emergenciais para a imunização de rotina contra o coronavírus em 2023. A análise foi apresentada pelo diretor do Programa Nacional de Imunizações (PNI), Eder Gatti, durante a Jornada Nacional de Imunizações, realizada na quarta-feira (20), promovida pela Sociedade Brasileira de Imunizações em Florianópolis, Santa Catarina.
Gatti enfatizou que as mudanças no cenário epidemiológico da Covid-19 demandam a incorporação dessas vacinas no calendário do PNI. O Ministério da Saúde tomou uma decisão importante para o ano de 2023, estendendo a vacinação com doses de reforço bivalentes para toda a população com idade acima de 12 anos. No entanto, a adesão a essa medida foi abaixo do esperado, mesmo entre os grupos prioritários, que são considerados de maior risco para complicações da doença. Das 516 milhões de doses de vacinas monovalentes aplicadas em todo o país, apenas 28 milhões de doses bivalentes foram administradas, sendo apenas 217 mil delas destinadas a adolescentes.
Para 2024, está em processo de elaboração uma proposta para a inclusão da vacinação contra a Covid-19 no calendário de rotina de crianças menores de 5 anos. Além disso, planeja-se a administração de doses de reforço periodicamente, pelo menos uma vez ao ano, para grupos de risco, como idosos, imunocomprometidos (aqueles com o sistema imunológico debilitado) e gestantes, seguindo as diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS). Também está em discussão a possível inclusão de outros grupos, como profissionais de saúde e comunidades tradicionais.
Eder Gatti declarou: “A estratégia de vacinação de rotina contra a Covid-19 está prevista para iniciar no início de 2024, marcando a transição do caráter excepcional para a normalidade. A vacinação de toda a população, como temos feito até agora, precisa ser reavaliada neste momento crucial em que nos encontramos. Realizamos reuniões técnicas e estabelecemos diretrizes básicas que o Ministério da Saúde adotará em discussões internas. O anúncio oficial depende agora de negociações com a gestão tripartite, envolvendo o governo federal, os estados e os municípios.”



