Com escassa oportunidade de atuação no elenco do Grêmio, não por escassez de talento ou aptidão futebolística, mas sim devido a obstinação, Iturbe pode estar contemplando a possibilidade de deixar o clube durante esta janela de transferências. O jogador teve sua presença em campo limitada a breves momentos, tornando impraticável avaliar seu potencial.
Do meu ponto de vista, nos escassos minutos em que atuou, Iturbe demonstrou possuir a habilidade e o talento necessários para assumir uma das pontas na equipe. No entanto, a teimosia de Renato o impede de aproveitar plenamente o jogador.
Não é possível afirmar que Iturbe desempenha mal nos treinamentos; pelo contrário, tem-se destacado ao marcar gols e fornecer assistências. Sugerir que J.P. Galvão e Galdino superam-no em habilidade é uma compreensão superficial do futebol.
Embora Renato seja reverenciado como ídolo, é imprescindível que sua conduta como técnico seja sujeita a questionamentos. Por vezes, Renato parece depender mais da sorte do que de sua competência técnica, talvez atribuível a “voz do além”.
Renato buscava jogadores de velocidade para o time, e o Grêmio os trouxe, embora não tenha sido Michael, o jogador almejado. Insistindo em sua escolha, Renato cometeu erros táticos notórios, como o uso de Zinho, que estava relegado ao banco, em uma partida de grande importância. No entanto, é Iturbe quem não consegue demonstrar um desempenho satisfatório. É lamentável testemunhar essa situação.
A verdade incontestável é que Renato jamais demonstrou interesse genuíno em Iturbe desde sua chegada. Evitou discutir o jogador e limitou drasticamente sua participação em campo, ao ponto de ser impossível aproveitar qualquer aspecto do seu jogo.
Insistir em teimosia não é viável. Observo a direção do Grêmio cometendo os mesmos equívocos da administração anterior, entregando ao treinador o controle do clube e seguindo suas preferências inquestionavelmente. Se essas preferências não coincidem com a visão mais ampla do clube, podemos antever o desenrolar dessa história.
Conquistar o Campeonato Gaúcho com este elenco é uma obrigação, e vencer o clássico Gre-Nal não é uma conquista em si, mas uma obrigação também. O Grêmio não pode se contentar apenas com isso, pois o clube representa uma grandiosidade que transcende a rivalidade regional e os campeonatos estaduais. Os torcedores almejam celebrar conquistas de maior relevância, e para isso, é necessária uma estratégia de planejamento que, lamentavelmente, não se vislumbra na atual gestão.
O questionamento que fica: qual o próximo da lista de Renato?
Foto: Lucas Uebel
