Matérias tentam enganar desavisados fazendo referências a outros processos, mas a Copa Livre segue como uma espada de Dâmocles sobre a cabeça de Jairo Jorge
A mídia vendida está repassando notícia sobre julgamento de outro processo para tentar enrolar, como se tivesse relação com a Copa Livre, mas não tem.
O Ministério Público Federal pediu o afastamento de Jairo Jorge na Copa Livre, seguindo a mesma opinião do Ministério Público Estadual sobre a necessidade, opinião que foi convalidada pelo Tribunal de Justiça de forma unânime e pelo Superior Tribunal de Justiça nos Habeas-Corpus negados para Jairo Jorge em Brasília, enquanto ele ficou um ano afastado da Prefeitura, acusado de ser líder de organização criminosa feita para desviar quase setenta milhões de Reais da saúde.
Não existe qualquer razão para acreditar que algum Desembargador Federal irá ter uma opinião diferente de todas as outras autoridades.
Alguns estranham a demora, mas vale lembrar que o Tribunal de Justiça demorou meses para enviar o processo ao TRF4 e o Ministério Público Federal levou mais de um mês para dar seu parecer pelo afastamento, mas deu.
A Justiça tem seus prazos e formalidades, sabemos que angustia ter alguém como Jairo Jorge na Prefeitura porque um outro réu que responde com Jairo Jorge conseguiu provar a competência da Justiça Federal e, com isso, o Judiciário ficou sem atuar por um tempo, deixando de renovar o afastamento.
Contudo, dizer que o afastamento é “improvável” é uma mentira que só se desculpa pelo fator profissional de quem tem a obrigação de honrar os valores recebidos.
O afastamento é muito provável pelos motivos já expostos.
Então como explicar a recente absolvição de Jairo no antigo caso do teleagendamento (sem relação alguma com a atual Copa Livre) e que foi tão badalada na mídia vendida?
Primeiro é necessário explicar que a lei mudou e passou a exigir prova da intenção de lesar o erário, quando o Prefeito causa prejuízo ao dinheiro público com seus atos.
Em razão disso, Jairo foi absolvido na dispensa de licitação suspeita no caso do teleagendamento, pois por mais que seja suspeito desobedecer a lei, não existe prova de que agiu com intenção de causar prejuízo ao dinheiro público.
Em linguagem popular, desobedecer o que manda a lei pode ser apenas incompetência e não um ato criminoso.
Bem diferente é a situação da Copa Livre, no qual a prova que existe nos autos e a própria acusação na Denúncia é de uma liderança de organização criminosa PLANEJADA, DE FORMA INTENCIONAL, por Jairo Jorge para desviar quase setenta milhões de Reais da saúde.
Existem conversas sobre propina para o Jairo Jorge, Farmácias fantasmas em nome da esposa do Jairo em São Paulo,… enfim, existe uma série de provas de crimes intencionais, que sequer se parece com o caso no qual Jairo foi absolvido pela suspeita dispensa de licitação.
Em princípio o cidadão comum pode suspeitar de Jairo Jorge e achar que ele deve ter levado algum dinheiro por fora para dispensar uma licitação e favorecer uma empresa no teleagendamento, mas a Justiça precisa de mais do que suspeita, precisa de provas.
No caso da Copa Livre, o que não faltam são provas.
Caso o Jairo Jorge ache que não é verdade que tem muitas provas de envolvimento dele nos crimes atribuídos pelo Ministério Público, o convite segue em pé para uma entrevista e fazer um debate franco sobre as provas do processo.
Duvido que tenha esse respeito pelos canoenses de vir clarear tudo e a coragem de debater as provas da Copa Livre.
Como também duvido que apenas a Relatoria do TRF4 vá decidir em sentido contrário sobre o afastamento solicitado pelo MPF, quando todas as outras autoridades que leram o processo da Copa Livre entenderam que Jairo deveria ser no mínimo afastado, fora aquelas autoridades que entendem que o lugar dele é na cadeia.
Creio que seja questão de tempo e não muito, apenas o necessário para que o julgador faça a correta análise de um processo volumoso e grave, resgatando a dignidade da nossa cidade e percebendo a necessidade de retirar do cenário político quem não tem o decoro necessário para sentar na cadeira de Prefeito, devendo sentar apenas no banco dos réus no qual já está acostumado, mas que, dessa vez, não consegue confrontar as provas em um debate franco.
Quem tenta dizer que “sorte” de Jairo mudou por um processo que não tem relação alguma com a Copa Livre só mostra duas possibilidades: burrice ou torcida.