Um estudo divulgado nesta quinta-feira (06) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revela que a reforma tributária possui potencial para estimular o crescimento da economia brasileira.
De acordo com a pesquisa, o Produto Interno Bruto (PIB) poderá registrar um aumento de 2,39% até 2032, em comparação com um cenário sem nenhuma mudança no sistema tributário. O substitutivo à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 45 poderá ser votado em primeiro turno na Câmara dos Deputados.
O estudo, publicado na Carta de Conjuntura do Ipea, apresenta um levantamento com 68 setores de atividade econômica distribuídos pelos 27 estados e pelo Distrito Federal, comparando-os com 10 países ou regiões que possuem relações comerciais com o Brasil.
A análise do Ipea demonstra que durante o período de transição, à medida que o antigo sistema é gradualmente substituído pelo novo, o crescimento do PIB se torna evidente. As simulações também indicam que as mudanças na estrutura tributária impulsionam o crescimento econômico.
“As propostas de reforma promovem uma mudança estrutural em favor dos setores com cadeias produtivas mais extensas, maior efeito multiplicador e, consequentemente, maior produtividade. Dessa forma, além de fomentar o crescimento econômico, a reforma alinha a economia brasileira para um crescimento ainda maior”, ressalta João Maria de Oliveira.
Com a simplificação dos impostos conforme preconizado pela reforma tributária em discussão e a redução da tributação sobre o consumo de setores como eletrônicos, alimentos, energia, gás, serviços especializados, tecnologia da informação e construção, os preços relativos podem diminuir, impulsionando um aumento na produção e uma maior demanda por insumos.
“Esses setores, por possuírem cadeias mais longas, tendem a aumentar o PIB”, destaca o estudo. Ele também ressalta que a PEC 45/2019, proposta pela Câmara, que previa uma alíquota menor, poderia gerar um maior crescimento econômico, mas com consideráveis ganhos e perdas regionais e setoriais.



