Telegram não cumpriu a exigência da Polícia Federal de entregar todos os dados relativos aos grupos neonazistas da plataforma. Como resultado, a Justiça determinou que as empresas de telefonia e lojas de aplicativos removam o app imediatamente.
A Diretoria de Inteligência da PF informou que as operadoras de telefonia Vivo, Claro, Tim e Oi, além da Apple e Google, responsáveis pelas lojas de aplicativos Playstore e App Store, receberão a ordem para suspender o Telegram ainda nesta quarta-feira (26). O Telegram já havia entregue parte dos dados solicitados pela PF na última sexta-feira (21), depois de solicitar intervenção judicial.
No entanto, a corporação exigiu mais informações, incluindo os contatos e dados dos administradores e membros de um grupo com conteúdo neonazista, o que não foi atendido pelo Telegram que não forneceu os números de telefone.
Além de ordenar a suspensão do app, a Justiça também aumentou a multa aplicada ao Telegram de R$100 mil para R$1 milhão por dia de recusa em fornecer os dados exigidos pela PF.
Grupos extremistas sendo investigados pelo Ministério da Justiça por possível envolvimento em casos de violência em escolas. A investigação foi iniciada após um incidente em Aracruz. No começo de abril, Flávio Dino ordenou que fossem investigadas células que propagam o nazismo. Durante uma coletiva de imprensa após um caso de violência em uma creche em Blumenau, o ministro informou que a Polícia Federal descobriu a conexão entre grupos neonazistas e adolescentes com tendência à violência em escolas.
Segundo o ministro, as investigações descobriram a existência de grupos em São Paulo e Goiás que estariam recrutando adolescentes no Maranhão, todos com conteúdo antissemita. “Realizamos uma operação na qual descobrimos um grupo que possuía bandeiras com suásticas em sua residência. Eles estavam sediados em São Paulo e Goiás e recrutavam jovens no Maranhão, encorajando-os a praticar violência em escolas. Os jovens denunciaram que estavam sendo assediados pela internet”, afirmou Dino na ocasião.
A investigação da Polícia Federal resultou em diversas operações visando adolescentes e adultos suspeitos de envolvimento em grupos extremistas. Um dos alvos foi um adolescente em Monte Mor, interior de São Paulo, rastreado através de mensagens após denúncias dos alunos do Maranhão. Com ele, foram encontrados vários objetos de cunho nazista, incluindo uma réplica de arma de fogo.
Outro adolescente foi encontrado no Piauí, também rastreado através de grupos nazistas nas redes sociais pelo Ministério da Justiça. Ele foi flagrado com símbolos nazistas e uma faca. No Rio Grande do Sul, outro adolescente foi apreendido com símbolos nazistas após ter sido rastreado em grupos que promovem discursos de ódio nas redes sociais.



