Nesta terça-feira (18), o Ministério Público de Goiás (MPGO) iniciou a Operação Penalidade Máxima II, que visa desmantelar uma organização criminosa suspeita de manipular resultados de partidas de futebol profissional, incluindo da Série A do Campeonato Brasileiro. A segunda fase da operação tem como alvos Victor Ramos, ex-jogador de clubes como Palmeiras, Vasco e Vitória, atualmente zagueiro da Chapecoense; Igor Cariús, lateral-esquerdo do Sport Recife; Kevin Lomonaco, jogador do Red Bull Bragantino; e Gabriel Tota, jogador do Esporte Clube Juventude.
O grupo é suspeito de manipular pelo menos cinco jogos importantes do Campeonato Brasileiro de Futebol do ano passado, além de outras cinco partidas de campeonatos regionais, incluindo os estaduais de Goiás, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e São Paulo. O MPGO divulgou que está cumprindo três mandados de prisão preventiva e 20 mandados de busca e apreensão em 16 municípios de seis estados. Os mandados estão sendo cumpridos em Goianira (GO), São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Recife (PE), Pelotas (RS), Santa Maria (RS), Erechim (RS), Chapecó (SC), Tubarão (SC), Bragança Paulista (SP), Guarulhos (SP), Santo André (SP), Santana de Parnaíba (SP), Santos (SP), Taubaté (SP) e Presidente Venceslau (SP).
O grupo criminoso agia subornando jogadores para manipular resultados de jogos de futebol. A investigação do MPGO revelou que os jogadores recebiam entre R$ 50 mil e R$ 100 mil para realizar ações específicas durante as partidas, favorecendo os interesses dos criminosos. O esquema funcionava da seguinte forma: os apostadores faziam propostas para os jogadores marcarem pênaltis nos primeiros tempos de cada jogo. Caso os jogadores aceitassem, era feito o pagamento de um “sinal”. Após a partida, caso o pênalti tivesse sido feito, os jogadores recebiam o restante do valor combinado.
De acordo com o MP, há indícios de que as condutas solicitadas aos jogadores tinham como objetivo que os investigados conseguissem altos lucros em apostas realizadas em sites de casas esportivas, usando contas cadastradas em nome de terceiros para aumentar o retorno financeiro.
A investigação teve início em novembro de 2022 após uma denúncia feita pelo próprio Vila Nova, clube que se tornou vítima do esquema, segundo o MP.



