Nesta quinta-feira (6), o Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flavio Dino, anunciou em suas redes sociais que a Polícia Federal (PF) foi instruída a instaurar uma investigação sobre a atuação interestadual de organizações neonazistas no Brasil. Ele afirmou que há indícios de que essas organizações estão ativas em todo o país e que há possíveis violações à Lei 7.716/89, que pune crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.
Essa medida foi tomada após o ataque a uma creche em Blumenau (SC), onde um homem invadiu a unidade e matou e feriu crianças. Além disso, na semana passada, uma escola em São Paulo foi alvo de um atentado no qual uma professora foi morta. O massacre na escola Raul Brasil, em Suzano (SP), que resultou na morte de sete pessoas, incluindo os autores do crime, também foi lembrado.
Segundo as investigações, os autores desses crimes eram ativos em fóruns da internet que promoviam discursos de ódio, incluindo o supremacismo branco, o bullying e o nazismo. Esses discursos continuam reverberando entre os jovens.
Um relatório sobre o extremismo de direita entre adolescentes e jovens no Brasil foi elaborado na transição do governo em dezembro de 2022. O documento, intitulado “Ataques às escolas e alternativas para a ação governamental”, apresenta um diagnóstico desse tipo de violência nas escolas e possíveis soluções para combatê-la.
Ontem (5), o governo se comprometeu com a promoção da cultura de paz e não violência na sociedade e criou um Grupo de Trabalho Interministerial para propor políticas de prevenção e combate à violência nas escolas. O Ministro Flávio Dino também anunciou a liberação de R$ 150 milhões para ampliar as patrulhas escolares em todo o país.



