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Lula não assina declaração da ONU contra Ortega; confira

A crise política na Nicarágua e a repressão do governo de Daniel Ortega foram pauta de uma reunião da Organização das Nações Unidas (ONU) na última quinta-feira (2). Representantes da ONU lembraram episódios envolvendo o presidente, como o caso em que mais de 200 presos políticos foram deportados para os Estados Unidos, após uma negociação com Washington.
Vários dos presos planejavam concorrer contra Ortega nas eleições de 2021. A decisão judicial retirou todos os 222 indivíduos de seus direitos civis e políticos. O tribunal da Nicarágua também retirou a nacionalidade nicaraguense de 94 opositores do presidente, tornando-os inabilitados, de forma perpétua, de exercerem cargos públicos.
Os representantes da ONU afirmaram que o governo de Ortega comete execuções extrajudiciais, detenções arbitrárias, tortura e privação arbitrária da nacionalidade e do direito de permanecer no próprio país. Tais atos são realizados de maneira generalizada e sistemática por motivos políticos e constituem crimes de lesa-humanidade de assassinato, prisão, tortura, incluindo violência sexual, deportação e perseguição por motivos políticos.
“A população nicaraguense vive com o temor das ações que o próprio governo pode tomar contra ela”, afirmou um dos especialistas da ONU. O grupo de especialistas em Direitos Humanos da ONU sobre a Nicarágua divulgou um documento que reforça as graves violações cometidas pelo governo Ortega.
A reunião da ONU contou com a participação de 28 países, incluindo União Europeia, Canadá, Estados Unidos, França, Argentina, China, Venezuela, entre outros. Organizações não-governamentais e representantes da sociedade civil também tiveram tempo de fala.
Lula, que já teve encontros com Ortega durante seus primeiros mandatos, comparou o tempo de permanência de Ortega no poder com a da ex-primeira-ministra da Alemanha Angela Merkel, que completou 16 anos à frente do país europeu. “Por que Angela Merkel pode ficar 16 anos no poder e Daniel Ortega não? Qual é a lógica?”, questionou Lula em entrevista ao jornal espanhol El País.
A situação na Nicarágua tem chamado a atenção da comunidade internacional e gerado preocupação quanto à democracia e aos direitos humanos no país.
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