A Operação Conexão Guarani, realizada pela Polícia Federal em parceria com agências policiais internacionais dos Estados Unidos e de Portugal, resultou no bloqueio de cerca de R$ 10 milhões em bens de acusados de tráfico internacional de armas de uso restrito. Os agentes da PF cumpriram seis mandados de busca e apreensão nos municípios de Foz do Iguaçu, Porto Seguro e Feira de Santana, com o objetivo de desarticular um esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
A carga clandestina de cerca de 180 fuzis teria vindo em um avião que partiu de Miami, nos Estados Unidos, e faria uma parada em um aeroporto paraguaio antes de chegar ao Rio de Janeiro, onde os fuzis seriam vendidos ilegalmente a facções criminosas. Para enganar a fiscalização, os investigados registraram o conteúdo da carga como algo diferente do que era transportado e atribuíram a propriedade da carga a um “laranja” que não sabia do esquema, segundo a PF.
As medidas judiciais foram deferidas pela 3ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, e os investigados responderão pelos crimes de tráfico internacional de armas, comércio ilegal de armas de fogo, organização criminosa transnacional, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
Força-Tarefa Internacional de Combate ao Tráfico de Armas e Munições
As investigações da Operação Conexão Guarani foram conduzidas pela Delegacia de Repressão a Crimes contra o Patrimônio e ao Tráfico Internacional de Armas (Delapat) e participaram da Força-Tarefa Internacional de Combate ao Tráfico de Armas e Munições (Ficta), composta por integrantes da Secretaria Nacional de Segurança Pública e supervisionada pelo Serviço de Repressão ao Tráfico de Armas da Polícia Federal. A Ficta tem como objetivo o combate ao tráfico de armas e munições em nível internacional, contando com a colaboração de várias entidades nacionais e internacionais, incluindo a Agência de Investigações de Segurança Interna (Homeland Security Investigations – HSI) da Embaixada dos Estados Unidos e adidos da Polícia Federal no Paraguai.
A apreensão da carga de fuzis desmontados no Aeroporto Internacional Guaraní, na região metropolitana de Cidade do Leste, Paraguai, em 18 de março de 2020, foi o ponto de partida para a investigação que culminou na Operação Conexão Guarani. A divulgação da apreensão pela imprensa paraguaia chamou a atenção da Polícia Federal, que iniciou as investigações para identificar os responsáveis pela carga e os compradores dos fuzis.