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Bolsa Família: 2,5 milhões de pessoas recebem de forma indevida

O Ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, revelou indícios de irregularidades no recebimento do Bolsa Família por parte de 2,5 milhões de famílias. Durante uma visita à Cozinha Solidária, projeto do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), no Sol Nascente, no Distrito Federal, ele afirmou que uma revisão dos dados do programa está em andamento e os resultados serão apresentados ao presidente Lula ainda este mês.

De acordo com os dados mais recentes do ministério, em dezembro de 2022, 21,5 milhões de famílias recebiam o benefício. O ministro acredita que cerca de 10 milhões dessas famílias estão sendo avaliadas na revisão do cadastro, e 2,5 milhões delas têm grandes indícios de irregularidade.

A “Bagunça” no Cadastro Único

Segundo o ministro, o governo Jair Bolsonaro, na busca por votos, desmantelou o cérebro do Cadastro Único, causando uma “bagunça” e perdendo o controle sobre o recebimento do Bolsa Família. Infelizmente, pessoas com renda elevada, com nove salários mínimos, estão recebendo o benefício, enquanto pessoas sem renda e com fome não conseguem acessá-lo.

Justiça Social

O ministro destacou que a revisão do cadastro vai além de uma simples atualização, é uma questão de justiça social. Ele afirmou ainda que há indícios de uso do Bolsa Família para conseguir votos e que essa situação está sendo investigada.

Garantindo a Transparência e a Eficiência do Bolsa Família

O Bolsa Família é um programa de transferência de renda criado em 2003, com o objetivo de combater a pobreza e a desigualdade social no Brasil. Porém, com o tempo, o programa vem sendo alvo de críticas quanto à sua eficiência e transparência.

A revisão dos dados do Bolsa Família é uma iniciativa importante para garantir que o programa esteja alcançando seus objetivos de forma eficiente e justa. Além disso, a eliminação das irregularidades no recebimento do benefício vai garantir que o dinheiro esteja chegando às famílias mais necessitadas e contribuindo para a redução da pobreza e da desigualdade social.

Segundo o Ministério do Desenvolvimento Social, o número de famílias beneficiadas se divide da seguinte maneira por região:

  • Nordeste: 9,9 milhões de famílias;
  • Sudeste: 6,46 milhões de famílias;
  • Norte: 2,61 milhões de famílias;
  • Sul: 1,46 milhão de famílias;
  • Centro-Oeste: 1,15 milhão de famílias.

Além disso, os cinco estados com o maior número de beneficiários são:

  1. São Paulo: 2.621.692
  2. Bahia: 2.620. 149
  3. Rio de Janeiro: 1.877.463
  4. Pernambuco: 1.712.855
  5. Minas Gerais: 1.653.089

De acordo com o governo, podem receber o benefício as famílias:

  • em situação de extrema pobreza (renda familiar mensal per capita de até R$ 105);
  • em situação de pobreza (renda familiar mensal per capita de até R$ 210);
  • em situação de emancipação (quando o beneficiário passa a ter emprego formal, mas pode seguir no programa por até dois anos se a renda familiar mensal per capita não superar R$ 525).

Exigências

Até 2021, as famílias beneficiárias do programa precisavam, por exemplo, colocar em dia a vacinação das crianças e garantir a frequência escolar. O governo Jair Bolsonaro, porém, ao transformar o Bolsa Família em Auxílio Brasil, retirou essas exigências.

No entanto, em 2022, durante a campanha eleitoral, o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva disse que, se eleito, iria retomar essas exigências.

E, no último dia 6, ao participar de um evento no Rio de Janeiro, Lula reiterou que os pais que receberem Bolsa Família terão de vacinar os filhos e garantir a frequência escolar das crianças.

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