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Mitos e verdades sobre amamentação

Amamentar é muito mais do que nutrir uma criança. É um processo de interação profunda entre mãe e filho. A mulher que amamenta protege seu bebê contra infecções. Amamentar contribui para o desenvolvimento cognitivo e emocional do bebê.

Mesmo estando provados os benefícios do leite materno e do aleitamento para mãe e bebê, existem muitos mitos que envolvem esse momento da vida e que podem ser um empecilho para que as mães amamentem.

Vou sentir dor? Meu leite pode ser fraco para o bebê? Silicone nos seios atrapalha na produção de leite? Logo depois que uma criança nasce, é comum as mães começarem a se preocupar em como amamentar de maneira correta. Pensando nisso, o TPM apresenta respostas às principais dúvidas sobre o assunto. Confira como esse momento pode ser ainda mais saudável e especial na relação entre mãe e filho:

Amamentar dói.

NEM MITO, NEM VERDADE. Isso varia conforme a sensibilidade da mãe, mas grande parte não sente nada. Nos primeiros dias, é comum a mama ficar inchada, o que deixa a região dolorida. Fora esse período, normalmente a mulher não sente dor. Caso haja incômodo nos seios, é bom procurar orientação profissional porque provavelmente o bebê não está mamando de maneira correta, o que deve ser corrigido para acabar com a dor.

É um ótimo anticoncepcional.

NEM MITO, NEM VERDADE. A amamentação aumenta a produção de prolactina, hormônio que inibe a ovulação. Mas vale uma ressalva: o efeito anticoncepcional só vale nos casos em que o bebê mama regularmente – sempre a cada duas ou três horas, todos os dias, inclusive de madrugada. Quando a criança começa a espaçar os horários, a mãe precisa voltar a tomar anticoncepcionais. Hoje, há produtos compatíveis com a amamentação, que podem ser receitados pelo ginecologista.”

Algumas mães têm leite fraco.

MITO. Não há leite materno fraco. O leite materno é o alimento ideal para o bebê, se possível de forma exclusiva até os seis primeiros meses de vida até os dois anos ou mais. A composição do leite materno é semelhante para todas as mulheres.

O leite materno pode ser congelado.

VERDADE. Desde que armazenado corretamente, o prazo para manter o leite materno congelado é de até 15 dias, sem prejuízo de suas características nutricionais. Para tal, é preciso respeitar algumas normas:

– Usar primeiro o leite armazenado mais antigo (sempre etiquetar);
– Deixar o leite congelado na geladeira da noite para o dia, quando for utilizá-lo no dia seguinte;
– Para descongelar, colocar sob água morna ou em uma tigela de água morna. Não usar água quente, pois isso destrói os nutrientes, e não utilizar o microondas, pois aquece de forma irregular e altera a composição do leite; 
– Não voltar a congelar o leite materno e descartar sobras. O recongelamento altera a composição do leite e determina a perda dos nutrientes; 
– Sacudir o leite contido no frasco para misturar as camadas.

A alimentação da mãe reflete no leite?

MITO. Durante a amamentação, alguns alimentos são apontados erroneamente como causadores de cólicas no recém-nascido, como o feijão. Mas vale ressaltar que é sempre importante ter uma alimentação balanceada e que contenha ferro e vitamina C, com a inclusão de carnes, ovos, soja, ervilha, lentilha, feijão, vegetais de folhas verdes escuras, frutas cítricas e legumes.

Quem fez redução mamária ou colocou silicone não poderá amamentar.

MITO. A cirurgia nos seios não impede a mulher de amamentar, desde que durante a cirurgia sejam preservadas as estruturas das mamas.

Seios muito pequenos não produzem leite na quantidade suficiente.

MITO. Não há relação entre o tamanho do seio com a produção do leite materno.

Mães que produzem pouco leite podem deixar outra mulher amamentar.

MITO. A mãe não deve amamentar outra criança que não seja seu filho. A criança cria os anticorpos necessários para a saúde tomando o leite da mãe. O leite carrega as características de quem amamenta e, mesmo que essa mãe esteja com seus exames normais, o bebê corre o risco de contrair alguma doença, inclusive, por exemplo, o HIV. O mais indicado, neste caso, é que a mãe procure um Banco de Leite Humano, pois o leite é tratado, pasteurizado; assim, não há a possibilidade de transmissão de doenças.

A falta de horários fixos nas mamadas pode deixar o bebê mal acostumado?

MITO. O Ministério da Saúde preconiza a amamentação sob livre demanda. Isso quer dizer que o bebê pode mamar sempre que desejar.

Mamadeira e chupeta interferem no aleitamento materno.

VERDADE. Isso acontece por causa do posicionamento da língua do bebê. Em comparação com a mamadeira e a chupeta, a sucção no peito requer maior esforço do bebê. Se o bebê reduzir o estímulo da produção de leite da mãe, ela pode não ter a quantidade necessária para sua nutrição mais rapidamente do que o recomendado.

Composto lácteo substitui o leite materno.

MITO. Compostos lácteos são indicados para crianças que já não mamam no peito.

Estresse e nervosismo atrapalham a produção de leite. 

MITO. Estresse, nervosismo, medo, angústia e ansiedade não atrapalham a produção do leite, que é determinada por um hormônio chamado prolactina e estimulada pela sucção do bebê. Porém, essas emoções afetam a saída do líquido, que é realizada pelo hormônio chamado ocitocina, produzido pelo hipotálamo e armazenado na neurohipófise posterior, tendo a função de promover as contrações uterinas, reduzir o sangramento durante e após o parto e estimular a liberação do leite materno.

A criança deve mamar a cada três horas.

MITO. Recomendamos à lactante a livre demanda, sem ela se importar com horários rígidos da mamada. Isso é mais frequente nos primeiros 30 dias, nos quais o bebê mama quase que de hora em hora, pois não apresenta força muscular e se cansa rapidamente. Depois, ele mesmo vai espaçando os horários das mamadas, ficando algo em torno de a cada duas ou três horas, ou seja, de oito a 13 vezes em um período de 24 horas. No decorrer do desenvolvimento da criança, ela acordará quando precisar comer, às vezes, espaçando mais esses horários, chegando a até seis horas, principalmente, à noite. O importante é sempre oferecer as duas mamas, durante o ato.

Amamentar fortalece o vínculo entre a mãe e o bebê.

VERDADE. Amamentar promove o estabelecimento de uma ligação emocional muito forte entre mãe e o bebê, o que favorece e fortalece o desenvolvimento da criança e o relacionamento dela com as outras pessoas.

Amamentação deve ser exclusiva até os seis meses.

VERDADE. Quando o bebê mama somente leite materno durante seis meses e continua sendo amamentando até os dois anos, após introdução de outros alimentos, terá uma boa saúde até a vida adulta.

 

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