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A Eleição do Carandiru

Caros leitores trago essa semana uma reflexão que aparentemente a mídia não teve o condão de uma outra análise com aspecto negativo quanto as eleições presidenciais e aos candidatos que nela galgam o poder .

Por coincidência o 1º turno foi realizado no mesmo dia em que se relembrou os 30 anos das mortes da Casa de Detenção em São Paulo mais conhecida como Carandiru, neste contexto a imprensa tratou o assunto como político creditando o apoio dos apenados do país ao candidato Lula, esta análise não está tão errada ao meu modo de ver as coisas , mas tem equívoco quanto ao comportamento difundido.

Assim explico, para entender esta situação temos que olhar ao passado e ver como a sociedade tratou as questões penais no Brasil , do fato específico no Carandiru em São Paulo tinha como governador Luiz Antonio Fleury Filho oriundo do Ministério Público e tinha a Segurança Pública como ponto forte em sua gestão e necessitava de apoio da população que criticava o aumento da violência . Por ironia o maior massacre penitenciário do país teve elogio de apenas um Deputado Federal na Tribuna da Câmara Federal, quando Fleury chegou em igual cargo em sua primeira incursão ao cargo em Brasília, o Deputado de baixo clero e sem muita visibilidade era Jair Messias Bolsonaro, fato esse relembrado na surdina pela esquerda para angariar mais votos ao oponente .

Uma observação que não pode ser descartada é que temos no sistema carcerário os orfãos do Carandiru, Polinter, Bangu, Mata Grande , Junqueirópolis , Presídio Central entre tantas outras e que os apenados e suas famílias são tradicionalmente esquecidos pela sociedade e Estado, fazendo se que a pena de um seja extensiva a todos os seus.

Em outro modo essas pessoas não importando quem está no Poder, sempre serão oposição, pois, encontra se as famílias dos apenados em constante opressão e violação de direitos , sejam esses básicos, humanitários e até muitas vezes os jurídicos quanto ao acesso em informações .

Portanto não se trata de apoio ao candidato X ou Z, mas a reivindicação de se tornarem visíveis e dignos após e durante cumprimento de pena . O maior julgamento é o Social , que parece ser perpétuo e repulsivo dependendo do crime , o Judiciário tem suas falhas que aumentam a insatisfação dos inocentes que ingressam nesta sub sociedade com aceitação de suas regras e consequências, afinal ali parece ser o único lugar onde de fato há um acolhimento, seja de facção ou de pares em igual situação

Como de costume, cito na história um fato e assim trago um dos primeiros grandes motins penitenciário ocorrido em 1952, quando no presídio de Ilha Anchieta /SP, existiu fuga em massa de apenados, com morte de alguns agentes e ocorrida diante falta de condições gerais e desumanas, sendo percusora de mudança prisional significativa em todo país e da legislação. O tempo passa mas os problemas permanecem a essa parcela da população, que criminosa em seu comportamento desafia o bom senso e o caminho do bem.

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Eduardo Maluhy
Eduardo Maluhyhttps://realnews.com.br/
Advogado em Porto Alegre , Jornalista e Observador Político

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