A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que a situação sanitária na Coreia do Norte está piorando diante de uma onda de covid-19 e lamentou a falta de informação e cooperação das autoridades de Pyongyang, que asseguram que há cada vez menos casos de “febre”.
“Atualmente, não podemos avaliar corretamente a situação no terreno. Partimos do princípio de que as coisas estão piorando e não melhorando”, disse Michael Ryan, chefe de situações de emergência da OMS, durante uma entrevista coletiva em Genebra.
“É muito difícil comunicar uma análise correta ao resto do mundo se não tivermos os dados necessários”, insistiu, explicando que a OMS tem as mesmas informações que o resto do mundo: as publicadas pelo governo norte-coreano.
Segundo Maria van Kerkhove, responsável pela gestão da resposta à pandemia de covid-19 dentro da organização, a Coreia do Norte registrou 3,7 milhões de casos de covid, embora as autoridades se refiram oficialmente a uma “febre”.
Na sexta-feira, a agência pública norte-coreana KCNA afirmou que o número de casos de “febre” caiu pelo sétimo dia consecutivo, com 100.000 novos casos reportados no dia em comparação com 390.000 relatados diariamente no início de maio.
O saldo oficial até 27 de maio era de 69 mortes.
“Muitos casos de cura foram anunciados, mas as informações que nos chegam do país são limitadas”, enfatizou Van Kerkhove.
Os 25 milhões de norte-coreanos não estão vacinados e o sistema de saúde do país é muito deficiente.
Ryan explicou que a OMS “ofereceu ajuda em várias ocasiões” às autoridades norte-coreanas, incluindo vacinas, “três vezes”. “Continuamos a oferecer assistência”, enfatizou.