Nossas manifestações tem gerado resultados positivos, o feedback de alto nível de leitores capacitados é surpreendente, o portal REALNEWS, disponibiliza um espaço democrático para críticas construtivas e debates com pessoas com conhecimento e opinião que contribuem para o desenvolvimento de nossa cidade e Estado.
Na última quarta-feira, recebi inúmeros contatos de pessoas indignadas com a situação ocorrida na UPA BOQUEIRÃO, uma indignação com conteúdo de auto-reflexão, o que mostra a qualidade dos leitores e de pessoas que estão mais atentas às questões da gestão da cidade, Estado e país. Compartilho com vocês algumas manifestações:
“Dinheiro mal investido, em maquiagens( pintura dos hospitais) por exemplo, demora no atendimento e falta de capital humano. Fiscalizar onde o dinheiro está sendo destinado e investimentos nas UPAS” Tiago Nascimento (41), Microempreendedor
“A saúde de Canoas está pior, precisamos de uma melhora pra já, as agendas não funcionam, exames como urina, mamografia, HCG, ginecologista, Neuro e outros, não tem agenda, nem previsão, a saúde de canoas está bem precária, nunca foi 100%, mas agora está pior” Daiane Niche (38), Autônoma
“Creio que o maior problema seja os repasses para a saúde de Canoas e a má administração desses repasses, o que vemos são UPA’s, hospitais e pronto socorro, lotados e funcionários sobrecarregados. Quem paga é a população que depende do SUS e vê na demora dos atendimentos de especialistas e cirurgias, um descaso. Sei que algumas áreas da saúde houve melhoras, mas não atingimos um atendimento satisfatório, desde o início do diagnóstico. Acredito que a melhora está na redução do tempo de espera, no uso correto e sábio desses recursos da saúde em prol da população” Angelita Santos (38), Profissional de Ensino.
Na semana que passou, tivemos os assuntos mais variados, sobre políticas e coisas do mundo. A nível global, continuamos com uma guerra entre Rússia e Ucrânia, assim como outros tantos conflitos; “o chilique e ataque de pelanca” do presidenciável Ciro Gomes, que de forma vulgar ofendeu eleitores em um evento no norte; tivemos também a circulação de imagens da folia do Ex-governador Eduardo Leite nos camarotes da Sapucaí no RJ; notícias também muito comentadas foram as manifestações do Ex-presidente Lula, deixando claro suas intenções caso eleito, de restrições e limitações para Brasil – preocupante – em relação a imprensa, internet e desprivatização; tivemos ainda, a repercussão do decreto do Presidente Jair Bolsonaro, em relação ao indulto/graça ao Deputado Federal, entre juristas a discussão é principalmente sobre a fragilidade da relação entre os três poderes – acho que o leitor estará há uma semana desse assunto, mas será uma longa discussão.
Aqui na província de São de Pedro, a política e economia deu espaço para a tragédia social, em uma semana 3 suicídios. A perda precoce de uma vida é devastadora, quando se soma isso a incompreensão do suicídio o trauma é maior. O empresário portoalegrense que vitimou familiares antes de se matar, deixou um alerta sobre o debate da depressão e pressão social, até agora a motivação seria, em tese, dividas milionárias de seu empreendimento. Aqui em Canoas, um Policial Militar acabou executando a esposa e o sobrinho e ferindo gravemente o enteado, após se matou. Um vigilante, também de Canoas, teria se matado devido à depressão.
A depressão é algo terrível, quando ignorado ou diminuído acaba quase sempre com tragédias. A vida tem tornado as rotinas das pessoas cada vez mais corrida, onde não há tempo para cuidados pessoais, o mundo virtual isola cada vez mais as pessoas do contato humano, do diálogo presente, as muitas barreiras e limitações sociais criadas ultimamente tem feito as pessoas ficarem mais ríspidas e rígidas.
Não é incomum o afastamento familiar, filhos distantes focados em aplicativos desenvolvidos para hipnotizar jovens, que estão presos a um mundo de filtros e perfeito, não aprendendo a lidar com decepções e frustrações corriqueiras, por exemplo. Rotinas que não reúnem mais pais e filhos, aliás em certos ciclos a família é banalizada, a procura por religião é ridicularizada, tornando a sociedade uma espécie de “esteira robótica” ou uma linha de produção, limitada a se alimentar e produzir para alcançar uma riqueza distante e às vezes impossível.
Essa busca e rotina, torna as pessoas refém de uma ideia fixa de uma vida plena e de sucesso, em ter riquezas e produtos, fato que quando não alcançado pode ser visto como uma derrota pessoal que ao somando com um isolamento social e familiar leva a depressão, que leva a confusão mental, quando isso ocorre não há como prever a reação do ser humano, as vezes resultando no suicídio.
As recentes tragédias, novamente acendem um sinal de alerta para todos, não há como ignorar, estamos sim cada vezes mais isolados em nossas casa e condomínios, limitados a diálogos monossilábicos pessoalmente, transferindo nossa convivência social para um espaço virtual que simula uma vida de aparência perfeita que muitas vezes não são a realidade, causando frustração. A solução está em cada um de nós fazer uma profunda análise, ter mais atenção com amigos e familiares, conviver mais no mundo físico do que virtual, dialogar, olhar além dos muros e cercas, conviver mais com filhos, familiares, reunir família e amigos em torno de uma mesa, compartilhar momentos, histórias e a vida.
Para aqueles que buscam nos dogmas religiosos alternativas e respostas, fazer isso como dedicação, assim como quando preciso buscar ajuda técnica através de médicos, psicólogos e psiquiatras. É bem provável, caro leitor, que esta análise esteja com uma semana de atraso, em relação aos acontecimentos, mas todas as questões aqui apontadas são sempre atual e merecem atenção.
A vida é preciosa, não podemos banalizar-lá ou desperdiçar a oportunidade, viver é uma bênção, independentemente de sua crença, a maior riqueza que temos é a vida e a família, esse tesouro não tem preço e devemos cuidar dele até o último dia.