Absurdamente, a ação já era esperada pelo sistema carcerário há algumas semanas.
Os presos já sabiam as informações com bastante antecedência, só os advogados que tiveram acesso negado sobre os motivos das transferências.
Agora é oficial, todos já esperavam que 24 presos fossem transferidos, mas hoje foram 18, que são:
1- Alexandre dos Santos Teixeira, o Chaves, 42 anos
Com condenações por tráfico de drogas, roubo e extorsão e duas vezes por homicídio
qualificado, além de uma tentativa, Chaves acumula 65 anos e nove meses de pena, dos quais já
cumpriu 23 anos. O término do cumprimento das sentenças só ocorrerá em outubro de 2062.
Atualmente, estava recolhido na Penitenciária Modulada Estadual de Charqueadas (PMEC).
2- Bruno Fernando Sanhudo Teixeira, o Biboy, 30 anos
Cumpria pena na Cadeia Pública de Porto Alegre (CPPA, antigo Presídio Central). Em agosto de
2017, Biboy foi condenado a 30 anos de reclusão por um duplo homicídio praticado em 2 de julho de
2014, na região conhecida como Beco dos Cafunchos, na Zona Leste da Capital, contra dois homens
suspeitos de integrar facção rival, crime pelo qual ele e um comparsa foram presos dois dias depois.
Soma penas que estipulam sua permanência na cadeia até fevereiro de 2051.
3- Cristian dos Santos Ferreira, o Nego Cris, 35 anos
Em 2012, na condição de foragido, foi preso em um sítio na localidade de Morungava, no Interior
de Taquara. No local, era mantido um campo de paintball que serviria com uma espécie de área para
treinamento de tiro da facção a qual está ligado. Com ele, foram apreendidos veículos, armas e
munições. Cumpria pena na Penitenciária Estadual de Porto Alegre (PEPOA). Em novembro de 2017,
foi condenado a 20 anos e seis meses de reclusão por um homicídio cometido em 11 de junho de 2012,no qual foi morto um homem que teria uma dívida do tráfico de drogas na região de atuação de Nego
Cris. No total de condenações, acumula 38 anos e 10 meses de pena, dos quais já cumpriu cinco anos
e quatro meses. Deve permanecer na cadeia até agosto de 2053.
4- Diogo Dutra Cachoeira, o Sadol, 35 anos
Suas condenações, por roubo, tráfico de drogas e homicídio qualificado, somam 57 anos e seis
meses de pena, dos quais já cumpriu seis anos e quatro meses. Em março de 2018, foi condenado a 38
anos de reclusão pela execução de dois homens, cometida em 9 de outubro de 2014, no bairro Itu
Sabará. Tem pena a cumprir até abril de 2071. Atualmente, estava recolhido na Penitenciária Modulada
Estadual de Charqueadas (PMEC).
5- Emerson Alex dos Santos Vieira, o Romarinho, 31 anos
Por condenações em cinco processos – porte ilegal de arma, falsificação de documento,
tentativa de homicídio qualificado e tráfico de drogas –, soma 24 anos e nove meses em penas. Seu
tempo de permanência na cadeia só se encerra em agosto de 2035. Atualmente, estava recolhido na
Penitenciária Modulada Estadual de Charqueadas (PMEC).
6- Giordany Bonocore da Silva, o Jogador, 24 anos
Com condenações por porte ilegal de arma, tráfico de drogas, homicídio qualificado e tentativa
de homicídio qualificado, acumula 39 anos e oito meses de pena. O término do cumprimento das
sentenças está previsto para março de 2052. Atualmente, Jogador estava recolhido na Penitenciária
Estadual de Arroio dos Ratos (PEAR).
7- Ivan Richetti, o Carreta, 42 anos
Com 19 condenações judiciais – por furto, roubos, tráfico de drogas, receptação e tentativa de
homicídio –, tem o segundo maior total em tempo de pena entre os transferidos, com 110 anos e oito
meses de prisão, dos quais já cumpriu 17 anos e seis meses. O tempo das sentenças só termina em
abril de 2113. Atualmente, estava recolhido na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas
(PASC).
8- Leandro Ribeiro Pereira, o Bazilio, 33 anos
Com uma condenação por tráfico de drogas, tem 11 anos e três meses de pena, dos quais já
cumpriu quatro anos e nove meses. Atualmente recolhido na Penitenciária Modulada Estadual de
Charqueadas (PMEC).
9- Liomar Antônio de Oliveira, o Tatinha, 35 anos
Suas condenações, por roubo, homicídio qualificado e tentativa de homicídio qualificado, somam
74 anos e três meses de pena a cumprir, até agosto de 2088. Atualmente, estava recolhido na Cadeia
Pública de Porto Alegre (CPPA, antigo Central).
10- Luis David Amaral de Souza, o Esbile ou Smile, 39 anos
Com duas condenações por homicídio qualificado e tráfico de drogas, Smile acumula 68 anos e
quatro meses de pena, dos quais já cumpriu seis anos e sete meses. O tempo de suas sentenças só vai
se esgotar em novembro de 2081. Atualmente recolhido na Penitenciária Modulada Estadual de
Montenegro (PMEM).
11- Luiz Fernando de Oliveira Jardim, o Rato, 33 anos
Condenado a 16 anos e cinco meses de prisão por tráfico de drogas, dos quais já cumpriu três
anos e 10 meses. Tem data de término do cumprimento da sentença prevista para setembro de 2032.
Atualmente, estava recolhido na Cadeia Pública de Porto Alegre (CPPA, antigo Central).
12- Marcio Fabiano de Carvalho, o Marcio Gordo, 40 anos
Já esteve segregado no Sistema Penitenciário Federal em outras duas oportunidades, mas, ao
retornar, reassumiu posição de mando na organização criminosa. Com nove condenações, por roubo,
porte ilegal de arma, homicídio qualificado, tráfico de drogas e receptação, acumula 73 anos e cinco
meses de pena, dos quais já cumpriu 22 anos e oito meses. O término do cumprimento de reclusão está
previsto para novembro de 2070. Estava recolhido na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas
(PASC).
13- Marizan de Freitas, o Maria, 32 anos
Soma 38 anos e três meses de pena, dos quais já cumpriu seis anos e cinco meses, com
término do cumprimento previsto para dezembro de 2051. Tem condenações por tráfico de drogas e
tentativa de homicídio. Estava recolhido na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (PASC).
14- Michel de Souza da Silva, o Michelzinho ou Miuk, 33 anos
Acumula condenações por porte ilegal de arma, roubos, dois homicídios qualificados, tráfico de
drogas e organização criminosa, com uma pena total de 65 anos e três meses, dos quais já cumpriu
sete anos e cinco meses. A previsão para término do cumprimento das sentenças é dezembro de 2077.
Atualmente, estava recolhido na Penitenciária Estadual de Caxias do Sul (PECS).
15- Rogério Soares, o Véio, 37 anos
Acumula 99 anos e dois meses em penas, dois quais já cumpriu 20 anos e quatro meses. A
previsão para término do cumprimento das penas é em setembro de 2078. Ele tem condenações por
falsificação de documento, receptação, homicídio qualificado, tentativa de homicídio qualificado, roubo e
tráfico de drogas. Véio estava recolhido na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (PASC).
16- Tiago Rafael Leges Ferreira, o Tiago Mochilão, 34 anos
Acumula o maior total em tempo de pena entre os transferidos: são 137 anos e 11 meses por 12
condenações. Mesmo já tendo cumprido 10 anos e 10 meses de reclusão, a previsão é de que o
esgotamento das sentenças só ocorra em 2147. Tem uma condenação por furto, cinco por tráfico dedrogas e seis por roubo. Desde agosto de 2018, estava recolhido na Penitenciária de Alta Segurança de
Charqueadas (PASC).
17- Vladimir Cardoso Soares, o Xu, 50 anos
Investigado por homicídios, estava com prisão preventiva decretada e foragido havia mais de um
ano quando foi capturado, em agosto do ano passado, em Laguna (SC). Xu foi indiciado por
envolvimento no assassinato dos policiais militares Rodrigo da Silva Seixas e Marcelo de Fraga Feijó,
ocorrido em 27 de julho de 2019, durante uma ação de patrulhamento no Beco da Bruxinha, próxima à
Rua Paulino Azurenha. Atualmente, Xu estava recolhido na Penitenciária Modulada Estadual de
Charqueadas (PMEC).
18- Wagner Wilian Domingues da Cruz, o Vavá, 26 anos
Foi indiciado por envolvimento na morte dos policiais militares Rodrigo da Silva Seixas e Marcelo
de Fraga Feijó, ocorrido em 27 de julho de 2019, durante uma ação de patrulhamento no Beco da
Bruxinha, próxima à Rua Paulino Azurenha. Estava recolhido na Penitenciária Modulada Estadual de
Charqueadas (PMEC).
Os presos estão sendo levados agora, com direito a helicóptero e tudo mais, em proximidade ao período eleitoral, para dar mais uma vez uma falsa sensação de segurança para a sociedade.
O Estado não garante a segurança interna das cadeias.
A pedido dos juízes são eleitos líderes de galerias com os quais fazem negociações diretas com os presos, sem advogados, por espaços para as facções, pedem para falar com os líderes e depois esses mesmos líderes que os juizes afirmam confiar, são mandados para a Penitenciária Federal por “questões de segurança”. Pura politicagem, pois o sistema prisional não fica sem lideranças.
Quando um preso chega ao sistema prisional, o próprio preso diz para aonde pode ir, qual o seu espaço de convivência.
A segurança das penitenciárias consulta os líderes das Galerias para saber se é seguro, antes de largar o preso novo no espaço, para evitar uma carnificina, colocando criminosos rivais no mesmo espaço.
Depois transferem os presos os acusando de liderarem facções dentro dos estabelecimentos prisionais, sendo que muitas vezes a convivência nas cadeias só não se torna um banho diário de sangue dentro e fora das cadeias em função das atuações dos líderes com os quais os próprios juízes conversam ditetamente, sem advogado algum.
Todos os que estão indo já sabiam que poderiam ir há algumas semanas, apenas por ocuparem a posição de líderes de galerias, mesmo sem cometerem crime algum dentro do sistema e haviam sido avisados por integrantes do sistema prisional que se preocupam que a politicagem não faça o sistema entrar em colapso, com matança generalizada nas cadeias e nas ruas, além de não concordarem com transferências sem motivo aparente.
Ou alguém acredita que os presos que foram levados pela Operação Pulso Firme e que voltaram, tal medida resolveu ou amenizou alguma coisa?
Se aquela operação melhorou algo ou resolveu o problema das facções, então qual a finalidade desta nova operação?
Ninhum advogado teve acesso a processo algum de transferência ainda, mas existem boatos de toda a ordem sobre delitos cometidos por criminosos comuns e que estão sendo respnsabilizados os representantes de Galerias, apenas por estarem colaborando com o sistema.
Infelizmente, o que vemos é que os advogados não estão podendo advogar, o Estado está sempre dando destaque a líderes de Galeria e depois os colocam como prato servido aos devoradores da mídia e da política.