O diretório estadual do PT decidiu, de forma unânime, orientar a bancada de vereadores em Cachoeirinha a votar a favor da cassação do prefeito Cristian Wasem (MDB), alvo de uma série de denúncias graves e investigado por crimes de responsabilidade. A decisão oficial foi um gesto claro de que o partido não está disposto a compactuar com o caos político que se instalou na cidade, nem com alianças que desmoralizam sua história.
A medida também serviu para expor, de maneira contundente, a incoerência de David Almansa, ex-candidato a prefeito e atualmente uma figura isolada dentro do partido. Almansa surpreendeu até os próprios aliados ao selar um acordo político com o grupo de Wasem — o mesmo grupo que o atacou duramente durante a campanha, com fake news, ataques pessoais e acusações rasteiras. O gesto foi visto como traição interna e gerou reações fortes nos bastidores.
Nos últimos dias, Almansa teria pressionado vereadores do próprio partido, incluindo Léo da Costa e Gustavo Almansa, para que não votassem a favor da cassação. Segundo relatos, houve até ameaças veladas, tentativa de desestabilizar os mandatos e a clara intenção de impor sua vontade como se fosse dono da sigla. O episódio levou os parlamentares a acionar o diretório estadual, que interveio para garantir a autonomia da bancada e preservar a coerência política da legenda.
A resposta do PT gaúcho foi direta: a bancada deve votar pela cassação do prefeito e seguir firme na defesa da ética e da responsabilidade pública. A decisão foi comemorada pela militância, que já vinha demonstrando desconforto com os movimentos de David Almansa. Em nota interna, lideranças classificaram a tentativa de aproximação com Wasem como “indefensável” e “incompatível com os valores do partido”.
Enquanto isso, Almansa segue em rota de colisão com a direção do PT e cada vez mais distante da base. Sua aliança com o grupo que até ontem o atacava é vista como um movimento pessoal, desconectado da realidade política e dos princípios da legenda. Para muitos, o ex-candidato se isolou por escolha própria e agora tenta desestabilizar quem ainda tem voto, base e coerência.
A votação da cassação do prefeito Cristian Wasem deve ocorrer nos próximos dias. Com a decisão da executiva estadual, a posição do PT está definida — e o recado foi claro: quem trai a confiança do povo e do partido, não fala em nome do PT.
