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Acidente revela falhas no transporte público e a pressa em culpar vítimas

Engraçado como a sociedade reage diante de certos acontecimentos. Quando ocorre um acidente, como o recente caso do ônibus que colidiu com um carro na zona leste de Porto Alegre — deixando Luciano Rebelatto sem um dos olhos, impossibilitado de caminhar e quase em estado vegetativo —, a sociedade se apressa em apontar culpados.

Motoristas e passageiros são rápidos em julgar — e, muitas vezes, apontam o dedo para a própria vítima, que apenas acabou atrasando o trajeto deles. Curiosamente, quando se trata de cobrar responsabilidades de quem deveria zelar pela segurança e pelas condições adequadas do transporte público — a Prefeitura e as empresas responsáveis —, o silêncio prevalece. Em vez disso, preferem atacar a vítima nas redes sociais, como se ela fosse a origem de todos os problemas.

Enquanto isso, poucos se importam com o fato de que o verão se aproxima e os ônibus seguem circulando sem ar-condicionado. Uns motoristas afirmam que a empresa proíbe o uso; outros dizem que a Prefeitura prefere manter os aparelhos desligados. Há ainda quem admita simplesmente não querer ligar o ar.

Antes de apontar o dedo, é preciso ouvir todas as versões e entender o contexto. Muitos motoristas passam mais de 12 horas dentro de veículos “pegando fogo”, enfrentando calor, estresse e condições precárias. A responsabilidade, talvez, não seja tão simples de atribuir quanto parece.

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