Em tempos de especialistas, mestres e doutores certificados pela Uni-internet, alicerçados arrogantemente na opinião absoluta de sua própria certeza, vivemos compartilhando espaços e tempos com esse novo perfil de críticos sociais sabedores de tudo e com soluções para nada.
Após explosão do acesso indiscriminado das redes sociais que fizeram da internet uma terra de ninguém, onde a moeda é os “seguidores” e o argumento é o tempo para insistir em narrativas e retóricas cansativas, seguimos em direção ao abismo social, cheios de incertezas, onde um país mais justo e equilibrado sonhado pelos positivistas está cada vez mais distante e difícil.
Atualmente há críticos para tudo no solo fértil da internet (eu sei que estou usando a internet para este ensaio! risos) a terra sem Lei, ou com poucas Leis e algumas ineficientes para um mundo cada vez mais virtual. Sem dúvidas existem inúmeros debates sobre praticamente tudo, da dúvida nacional de cores de um vestido (que já foi viral, quem lembra?) à um julgamento duvidoso e questionável que levou outro presidente a condenação na jovem e frágil democracia brasileira pós 1988. Isso porque a mesma pessoa que tem certezas absolutas, consegue opinar sobre pautas incrivelmente fúteis até a complexidade de julgamentos envolvendo a mais alta corte do Estado, ou mesmo sobre 13 Atlas nosso enigmático observador – este em ciclos de debates mais restritos a filosofias e previsões apocalípticas, mas como mencionado tem opinião e críticas para tudo.
O dilema não está na manifestação dos usuários da esquina democrática mais ampla que temos (as redes sociais), mas a forma que as pessoas tem sido incitadas a participar dos debates e discussões, repetindo citações incompreensíveis de cúpulas políticas, ou simplesmente contrariando a opinião do outro de forma ríspida e agressiva. A tão sonhada democracia e liberdade de expressão é violentamente atacada por quem se diz defensor, patriota ou democrata, quando a opinião ou ideia do outro não comunga com a dele.
Mas porque a sociedade chegou a esse ponto por que? Por causa do flúor na água – não só por isso com certeza! Apropriação cultural, falta de culto a nossos heróis, perda de identidade nacional ou simplesmente porque fomos vítimas do maior ensaio de nossa geração bipolar?
Ainda sustento que não vivemos uma polarização, esta ideia é um discurso de rotina que é imposta ao pensamento coletivo, ou seja como se mantém o “NÓS, CONTRA ELES”, alimentando a ideia de turba social e separando as pessoas por gênero, classes, regiões, religião, comportamentos… ideologias, enfim, o êxito dos governantes do Brasil, há décadas foi deixar que seus governados fiquem separados sem senso de coletividade social, ocupados produzindo e brigando. Por outro lado, essa cúpula mantém seus filhos e famílias isolados dessas discussões e debates sem fim, preservando as mesmas famílias e grupos no poder há mais de 50 anos.
A tristeza dessa análise está em saber que muitos estão cientes dessa situação, mesmo assim continuam alimentando esse mesmo sistema pela falta de empatia, reproduzindo críticas vazias, fazendo piadas sobre nossa precária situação ou simplesmente torcendo contra aqueles que governam nosso país, sem ter a sensibilidade de entender que algumas ações são benéficas para uma camada da sociedade que não fazem parte de sua rotina ou realidade, ou seja falta de empatia.
Nem a dita Esquerda ou Direita, no Brasil mudaram ou modificaram a realidade social do país, seja quem for o personagem patrocinado pelo sistema, a mudança sonhada por muitos depende de um avanço coletivo, uma consciência social onde se busque a empatia fraternal, o que para muitos é uma utopia, contudo a busca desse ideal é o que transforma a realidade da sociedade, o que no Brasil talvez nem conseguimos iniciar, pela falta de conhecimento e adesão a nossas origens, história e referências.
Seja uma proposta liberal apresentada timidamente por Jair Bolsonaro, que priorizou a vinculação do país a um sistema capitalista moderno, baseado na ideia de mercado de Paulo Guedes, sem dúvida acolheu a classe empresarial, rural e conservadora Brasil, trazendo a luz a expectativa de um sistema funcional, simplificado e objetivo, ou seja um Estado mínimo. Por outro lado, com foco no na integração social e defesa à reparação de grupos minoritário, os governos Lulas/Dilma deram atenção a inúmeros pessoas marginalizadas, inserindo esses brasileiros no sistema com a intervenção Estatal e imposição através de legislação inclusiva, realizado o mais próximo possível de uma política de redistribuição de renda, abrindo créditos e dando atenção aos miseráveis antes invisíveis, com um Estado socioetal e desenvolvimentista.
Independente dos personagens, ambos foram e são incapazes de se completarem em suas propostas, o que de certa forma, igualmente seus apoiadores e seguidores, sobretudo os especialistas das redes sociais, são incapazes de analisar e entender que ideologias, tanto esquerda quanto direita, atenderam interesses justos e necessários de brasileiros. Porque não conseguimos seguir esse caminho tão óbvio de um complementar o outro? A vaidade humana e as certezas absolutas dos especialistas, mestres e doutores da terra sem Lei, continuam obscurecendo nossa lógica e prejudicando o bem estar de todos.
Muita luz a todos.
Do Piratini para o Planalto

O governador Eduardo Leite tem se manifestado constantemente sobre a eleição de 2026, ainda se inserindo como alternativa de centro para presidência da república. Nos últimos dias uma maratona de entrevista para veículos de imprensa no centro e sudeste do país, ele tem intensificado o seu discurso e exaltado a sua gestão no governo gaúcho.
Em um cenário de incertezas de candidaturas, com muita coisa ainda para acontecer entre os Players, o chefe do executivo gaúcho tem se posicionado como candidato ao Planalto em todas as oportunidades, basta saber se sua vontade será atendida pela cúpula política da região sudeste que ainda coordena o cenário político do país.
Saúde em desespero, só quem passa por isso sabe
Maria (nome fictício), entrou em contato e fez uma pergunta na última segunda-feira, “o que eu faço minha filha precisar de médico urgente?”. Ninguém quer ou gosta de ficar doente e precisar de atendimento médico, mas quando necessita quer e precisa ser atendido, o desespero de Maria pedindo ajuda para levá-la em Porto Alegre para atendimento de sua filha, mostra o quanto a cidade e o povo em geral está carente de um atendimento de saúde adequado há tempos.
A situação não afeta apenas os canoenses, quando os munícipes precisam ir a Porto Alegre para atendimentos básicos em saúde, acabam contribuindo para um efeito cascata de caos na saúde em geral.
A filha de Maria está bem, foi atendida no HPS de Porto Alegre, ver o desespero de pais e mães com filhos em estado grave de saúde sem atendimento é revoltante, ainda mais quando só se assiste hipocrisias e fantasias nas redes sociais de gestores públicos.