Em Gravataí, a movimentação política de Patrícia Alba (MDB) começa a levantar dúvidas entre seus próprios eleitores. Aqueles que a escolheram por seu histórico conservador e alinhamento ao centro já não reconhecem a figura pública que hoje se aproxima — e celebra — alianças com a esquerda, especialmente com o PT.
Desde o apoio declarado à candidatura de Lula em 2022, a trajetória da deputada passou por transformações marcantes. Em 2023, somou forças à oposição contra o governo municipal ao lado de nomes petistas. Em 2024, reforçou esse laço com o apoio explícito ao ex-prefeito Daniel Bordignon, referência da esquerda em Gravataí. E agora, em 2025, o ambiente entre Alba e lideranças petistas é de festa, com rumores cada vez mais fortes sobre uma possível filiação ao Partido dos Trabalhadores.
Para quem a elegeu acreditando em um projeto político conservador, a pergunta é inevitável:
Patrícia Alba está virando as costas para seus eleitores?
A resposta parece estar nos bastidores — e nas ruas. Em conversas com lideranças locais, há um sentimento crescente de frustração. Muitos se dizem “enganados” pela mudança de postura, sobretudo porque o MDB de Gravataí, historicamente, sempre se posicionou de forma crítica em relação ao PT e suas práticas políticas. Essa guinada repentina não tem sido bem digerida pela base eleitoral que apostou em Patrícia como uma alternativa à esquerda.
Não se trata de condenar mudanças. A política exige diálogo, amadurecimento e até reposicionamentos. Mas quando essa transformação ocorre sem um debate claro com a população, fica a impressão de que algo está sendo escondido ou camuflado — o que mina a confiança.
Eleitores têm o direito de saber: Patrícia Alba ainda representa aquilo que dizia representar? Ou mudou de lado sem avisar?
A questão é legítima. E mais que isso: necessária. Porque quando a identidade política de uma liderança muda silenciosamente, o eleitor não sabe mais em quem está votando — e isso afeta diretamente a democracia.
No fim, não é o PT que precisa ser explicado. É a coerência de quem chegou ao poder com um discurso e agora adota outro. E para a população de Gravataí, isso parece mais uma ruptura do que uma evolução.