A onda de programas de assistencialismo barato – levantada pelo governo Lula neste ano – que culminou no mais escrachado deles, o Gás do Povo, anunciado na primeira semana de setembro, é indicativo de algo maior. E não, caro leitor, não se trata apenas de proselitismo eleitoral antecipado para as eleições do ano que vem. Infelizmente, é bem mais profundo. A dura realidade finalmente se impõe: essas medidas desesperadas antecipam o verdadeiro espírito do terceiro mandato petista, que, entre cabrestos e ironias, reedita um mensalão – só que agora transformando o povo em seu Congresso.
O governo Lula, diferente do evidenciado no Mensalão original, não compra mais votos: compra sonhos, ilusões e convicções. O “gás” que distribui não serve apenas para acender o fogão, mas para inflamar a dependência e manter viva a chama do populismo. É um subsídio disfarçado de cidadania, onde a improdutividade se traveste de virtude e a ausência de retorno social vira política de Estado.
Enquanto isso, os problemas estruturais e urgentes do Brasil seguem sendo cozinhados em banho maria, fogo baixo, mas em constante ilusão de um Brasil melhor.