O Grêmio vive uma temporada de turbulências, com resultados frustrantes que intensificam a pressão sobre a equipe e o técnico Mano Menezes. A eliminação precoce na Copa do Brasil e na Copa Sul-Americana, somada à campanha ruim no Campeonato Brasileiro, colocam o Tricolor em uma situação delicada. A apenas três meses do fim da competição nacional, o time ocupa a 14ª posição, com uma vantagem de apenas três pontos sobre a zona de rebaixamento — um cenário preocupante para qualquer gigante do futebol brasileiro.
No último sábado, a derrota em casa para o Mirassol, diante de mais de 45 mil torcedores, foi um golpe profundo. A expectativa era alta após o empate heroico contra o Flamengo, no Rio de Janeiro, na rodada anterior. Mas, mais uma vez, o time falhou em corresponder dentro de casa, mostrando uma irregularidade alarmante que tem sido a tônica da temporada. Resultados assim são um reflexo do caos e da frustração que dominam o Grêmio em 2025.
Com o clássico Gre-Nal à vista, a pressão sobre o time e sobre o comando de Mano Menezes se torna ainda maior. Ambos os clubes gaúchos estão em crise, e a importância do resultado deste jogo transcende a rivalidade histórica. No caso do Grêmio, a vitória no clássico é mais do que um desejo de superação, é uma necessidade urgente para dar moral à equipe, que precisa se focar em sua principal missão neste momento: evitar o rebaixamento. Uma vaga na Copa Sul-Americana ainda é possível, mas a prioridade tem que ser a permanência na Série A.
É inegável que a equipe tem potencial, especialmente com os reforços que já chegaram e a perspectiva de um melhor entrosamento. No entanto, uma mudança de comando neste ponto da competição representaria um risco altíssimo, além de configurar a terceira troca de técnico em um ano — uma instabilidade que jamais é saudável para qualquer clube. Ao meu ver, o trabalho de Mano Menezes deve ser mantido. Ele conhece as limitações do elenco e tem a experiência necessária para ajustar as peças que precisam de melhoria. O torcedor precisa entender que, neste momento, a grande missão é focar na sobrevivência na elite do futebol brasileiro, e não em um “resgate” imediato da grandeza do time.
Se o Grêmio sair vitorioso do Gre-Nal, a confiança no trabalho de Mano será renovada. A derrota, por outro lado, pode gerar um ambiente de pressão insustentável, e, dependendo do contexto, até mesmo abrir caminho para uma crise maior. O futebol é imprevisível e, embora o cenário atual seja de apreensão, o time ainda tem condições de reagir. O que é preciso agora é paciência, foco e, sobretudo, confiança no processo. O Grêmio não é um time qualquer — sua grandeza vai além da situação momentânea. Mas para alcançar a recuperação, será necessário um esforço coletivo e a compreensão de que, no futebol, as soluções não surgem da noite para o dia.
Foto: Lucas Uebel/Grêmio