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Mapa tático: por que Noriega, na zaga, pode mudar a construção do Grêmio

O Grêmio informou, em nota oficial na manhã desta terça-feira, que o zagueiro Fabián Balbuena passou por cirurgia no tornozelo direito para correção de fratura na fíbula sofrida no empate com o Ceará. O procedimento foi realizado no Hospital Moinhos de Vento, conduzido pelo especialista em pé e tornozelo dr. José Sanhudo e acompanhado pelo ortopedista do clube dr. Jardel Tessari. O prazo estimado de recuperação é de quatro meses. 

Balbuena se lesionou ainda no primeiro tempo, em lance com o atacante Aylon, e, por conta do tempo de recuperação, tende a não atuar mais em 2025. O defensor havia disputado três jogos pelo Tricolor desde que chegou nesta janela.

Com Balbuena fora, uma alternativa plausível é Erick Noriega assumir a zaga pelo lado direito, com Marcos Rocha na lateral. Noriega é destro, 1,85m, já atuou como zagueiro, tem o perfil que oferece passe limpo sob pressão e leitura para iniciar a construção; Marcos Rocha, 36 anos, recém-apresentado, agrega experiência, cruzamento e liderança.

Como essa dupla pode melhorar a saída e a progressão

  • “Saída de 3” pela direita: Noriega abre como zagueiro-direito; o outro zagueiro fecha o lado oposto e um volante afunda no centro conforme o pressing. Marcos Rocha alterna por dentro/por fora, criando triângulos curtos e liberando a ultrapassagem. Essa dinâmica explora o meio-espaço direito, zona privilegiada para progredir com visão do gol e opções de passe.

  • Manipular o bloco com bola no chão: zagueiros modernos iniciam ataques ao passar adiante ou conduzir para romper a primeira linha — dois gestos que encaixam no histórico de Noriega como meio-campista.

Rotas de passe de alto valor

  1. Passe vertical de Noriega no meia-direito → terceiro homem aciona Rocha livre no corredor.

  2. Diagonal longa/inversão de Noriega quando a pressão fecha o lado da bola.

  3. Parede curta Rocha ↔ interior para abrir cruzamento rasteiro (cut-back) — finalização de alta qualidade por trás da linha defensiva.
    Essas rotas aumentam a ameaça porque movem a posse para zonas que costumam preceder finalizações perigosas.

  • Transição defensiva: se Rocha projeta alto e Noriega carrega para dentro, a retaguarda precisa de coberturas pré-montadas (volante e zagueiro oposto posicionados) para conter bolas nas costas.

O que medir para saber se funcionou

Para transformar a ideia em diagnóstico objetivo, valem estes indicadores de posição:

  • Passes e conduções progressivas/90 (Noriega e Rocha) — termômetro de avanço com controle.

  • Packing e Packing Rate — quantos adversários são “bypassados” por passe/condução e quantos por ação, respectivamente. Quanto mais alto, mais eficiente a saída pela direita.

  • xT gerado no corredor direito — mede o valor de ameaça agregado ao mover a bola por zonas valiosas antes do chute

Por que Noriega + Rocha tem lógica

  • Perfil híbrido de Noriega (volante/zagueiro) permite atrair pressão e soltar passe vertical ou condução diagonal quando o rival bloqueia linhas.

  • Rocha já atuou em sistemas com lateral por dentro e alta responsabilidade de gestão de posse e cruzamentos no terço final, o que facilita os triângulos pelo lado.

Em síntese (opinião): com Noriega de zagueiro pela direita e Marcos Rocha modulando por dentro/fora, o Grêmio tende a elevar a qualidade da saída, quebrar mais linhas e gerar mais ameaça pelo corredor, sem depender de um reforço imediato para a posição.

Foto: Lucas Uebel

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Wagner Andrade
Wagner Andradehttps://realnews.com.br/
CEO | Jornalista | Comunicador | Narrador | Te ajudo a fortalecer a marca da sua empresa através da comunicação
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