spot_img

No meu tempo a educação era assim

Caro amigo e leitor paciencioso, quando alguém inicia a conversa com “no meu tempo era assim”, já existe a indicação clara de um diálogo ou crítica saudosista. Por mais que técnicamente quando eu – Rodrigo –  que também faço parte desse grupo dos  anos 80, tenhamos realmente nascido  no século e milênio passado, fica muito claro o evidente conflito de gerações existentes em nossa realidade e conversas com as gerações wifi

Uma questão a ser analisada com a mente aberta e a percepção de águia, o que existem em poucos naturalmente, ou, privilégios de uma minoria disposta a compreender e aprender que “o tempo passa pra todos” essa é uma verdade absoluta do universo como entendemos. O ser humano classificou toda a existência em dogmas, para compreender (ou tentar) entender e justificar sua vida, logicamente com teorias baseadas na física, religião e filosofia, o que nos leva a famosa e absoluta frase do grande Filósofo Sócrates, só sei que  nada sei”, pois realmente não sabemos de nada. 

O fato é que o tempo, como entendemos, é contínuo, tornando nossas memórias e experiências naquilo que chamamos de passado – Para ficar claro, sou adepto da ideia de que o presente não existe! Prosseguindo, todas as palavras já verificadas e parágrafos anteriores fazem parte do passado, assim como a próxima palavra e leitura é o futuro, ocupando apenas esses espaços em nossas existências, 

” Carlo Rovelli – Viajar ao passado é difícil. Mas viajar para o futuro é muito fácil. Faça o que fizer, você está viajando sempre para o futuro: o amanhã é o futuro do hoje.”

Toda essa introdução pretensiosamente científica e filosófica, tem intenção de abordar o tema da divisão de espaço e convivência entre as gerações.  Observe que é comum que pessoas com mais de 40 anos de idade, tendem a comparar e tentar impor suas experiências aos jovens com menos de 20 anos, nascendo aí um dos conflitos de gerações mais prejudiciais à nossa organização social. 

Debates como sexualidade, tecnologia, educação e relações de trabalhos, são embates contínuos dos dias de hoje em nossa sociedade – brasileira – que  geralmente esbarra na visão de mundo entre pais e filhos, empregadores e empregados, professores e alunos. Na área da educação o choque é mais visível, afinal não é incomum ter professores que davam aulas na década de 90, está na ativa e tentando ensinar para a geração que já nasceu com conceitos de IA, acessibilidade tecnológica e padrões sociais mais progressistas, daí nasce o conflito, ou a citação “no meu tempo era assim…”, logicamente o tempo era diferente, pois o tempo não para, e aqueles que o testemunham restam evoluir e progredir em todos os sentidos. 

Aprendemos a decorar a tabuada de forma robótica, exercitando o cérebro e raciocínio, mas será? Ou trata-se de memória automatizada? Responder automaticamente que 2 X 2 é 4, afinal em quantas milhares de vezes repetimos isso em voz alta? Mas de fato é possível saber porque 2×2= 4? ou só decoramos uma verdade coletiva? As perguntas são o que movem o mundo e não as respostas!

Se na década de 90 tivéssemos acessos a relógios smartwatch, ou micros computadores de pulso, não precisaria tanta “decoreba”, naquele período quem tinha o lápis com tabuada impressa tirava 10! ou era recolhida antes das provas. 

Hoje em dia, com o avanço da tecnologia e acesso a informações de forma ampla e disponível para alguns, não é preciso decorar histórias já arquivadas ou ensinos já superados. Faço parte de uma geração que aprendeu que árvores fornecem nosso oxigênio, o que se sabe atualmente que é em maioria fornecido pelas algas nos oceanos (…), assim como, decoramos e aprendemos a fórmula de bhaskara (x = (-b ± √(b² – 4ac)) / 2a) – que ainda hoje não entendo! (risos), mas aprendi e passei naquelas provas terroristas do ensino médio (…). Tentar impor os métodos de ensino usados a 30 ou 40 anos atrás é sinal de um saudosismo sem sentido, comparar um período e uma realidade diferente com os conceitos e cultural atual é tão desgastante quando produtivo, a realidade da geração passada, permitiu que essa geração colherem os frutos de nossos esforços e empenho, essa nova geração nascida a partir de 2015 está destinada a construir um mundo melhor do que deixamos, com mais empatia, tecnologias e menos esforço físico. 

Os esforços e conquistas do passado não podem ser abordados como comparativo com a realidade de hoje, minha geração tem uma oportunidade única de presenciar a evolução da humanidade, as pessoas que hoje estão entre os 40 e 50 anos de idade, conseguem dividir o tempo e espaço com aqueles que assistiram o nascimento do rádio, da TV de tubo preto e branco, dos primeiros voos, da criação do computador e internet, para um tempo de carros drones, 5G, exploração espacial, IA e tudo demais tecnológico que o mundo oferece. 

Se você caro leitor, avançou no futuro até este parágrafo, tem a incrível oportunidade de conviver com alguém de mais de 80 anos, saiba que ali está o testemunha das maiores e mais significativas conquistas do homem, da revolução industrial até a revolução tecnológica, das charretes aos teslas autônomos, quem imaginaria há oitenta anos atrás que teríamos de fatos carros voando, ou táxis autónomos? O mundo apesar de todas as dificuldades e injustiças sociais ainda existentes é um lugar maravilhoso.

No meu tempo, esse texto seria incentivado através da redação dissertativa escrita, em folha pautada, corrigida e avaliada. No meu tempo que era bom, muito bom! Passou e ficou guardado na memória de quem compartilhou comigo, o que hoje chamo de passado ou saudosismo, o que irá ocorrer com certeza com as futuras gerações que dirão que no tempo delas as coisas eram mais simples, objetivas e melhores, quem sabe poderemos falar e escrever mais sobre isso no futuro com outras abordagens, entendimentos, dogmas  e saberes modernizados, isso no futuro, e o futuro é simplesmente daqui um segundo, o futuro é amanhã. 

Muita luz a todos.

 

ANTECIPAÇÃO 

A corrida ao Governo gaúcho para 2026 , ocupam os debates antecipadamente com as especulações de candidaturas confirmadas ou não.

Parece que não aprendemos com erros, a grenalização da política tornou os debates insustentáveis, além de prejudicar ainda mais a população que assiste cada vez mais atônica discussões que não levam a lugar algum. A antecipação de anúncios aos candidatos ao Paço Piratini, tem causado um desvio dos debates para questões pessoais e deixando de lado o interesse geral da população. 

O recente anúncio da candidatura do representante do PL, por exemplo, vai modificar ainda mais o clima tenso existente nos corredores do poder legislativo e executivo, as campanhas antecipadas só geram conflitos, em uma cultura política ainda agarrada no “nós contra eles”. 

Falando nisso, em 2026 o RS vai perder cadeiras na Câmara Federal, na mesma proporção que SC ganha vagas. A matemática não é difícil, nos últimos anos, o número de gaúchos que saiu do Estado para residir e investir fora é preocupante, um dos impactos é a perda de representação política devido ao número de eleitores.

 

GÊNIO DA LÂMPADA 

Imagem Web – UPAS permanecem com atendimento prejudicado na cidade, população tem protestado e pedido soluções mais eficientes para a prefeitura.

O canoense fez seus pedidos na última eleição, uma “nova” idéia gestão, “nova” política e renovação, principalmente motivado pelos traumas das enchentes e influenciado pela expectativa de uma micro-bolsonarismo. resultado de nossas escolhas ou não a cidade tem vivido uma instabilidade política, assim como internamente os servidores sabem que a gestão não está como se esperava. 

A esperança de dias melhores e um avanço das melhorias anunciadas vão dando espaço para frustrações, a saúde (como sempre) tem sido o maior desafio da gestão Airton/Busato que ainda não conseguiram adequar os atendimento e acalmar os trabalhadores da saúde fazem um esforço sobre-humano para manter os serviços funcionando. 

Confiamos a cidade a uma nova proposta de gestão e política, que ainda não conseguiu mostrar na prática suas promessas e ideia de cidade, estamos em reconstrução, por isso é preciso calma e paciência, mas tudo tem um limite.

 

SEM MEDO DE SER JUSTO E BOM 

Imagem Web – 

Em certa ocasião caminhando no centro de Porto Alegre, numa quinta-feira, vi um casal de meia idade, aparentemente perdidos com um papel e endereço na mão, meu primeiro impulso era ofertar auxílio espontaneamente, contudo me contive, principalmente pela reação deles de visível desconfiança de todos e tudo ao redor, com receio de ser evasivo ou assustar aquelas pessoas deixei de abordá-los, afinal não é mais comum que pessoas desconhecidas ofereçam auxílio a terceiros, assim como pessoas esperam ser ajudadas por desconhecidos no centro de grandes cidades. Ledo engano!

Esse tipo de pensamento logo me perseguiu pela tarde toda, o arrependimento de não ter auxiliado aquele casal acabou com meu dia, principalmente após ter refletido e entendido que naquela ocasião me tornei vítima de um sistema, que separa e individualiza as pessoas, o que é muito errado. Em minha fé e filosofia, meditei e desejei que eles tivessem achado seu caminho, em segurança e estivessem bem, que tivesse encontrado orientação de alguém sem aqueles melindres que passaram por mim naquele momento (…). 

O sistema não pode extinguir a empatia e fraternidade que as pessoas devem ter umas com as outras, ainda que em tempos de golpes e maldades de alguns poucos, gerem esse tipo de receio de quem pode ajudar e quem precisa de ajuda. Ser bom é uma característica natural do ser humano – não comungo com Platus que disse  “homo homini lupus”, acredito na bondade e boa fé que as pessoas devem ter. A lição daquela quinta-feira, me tornou melhor e me abriu os olhos para que não tenha medo de exercer o que aprendi com meus valores e princípios, ensinados pelos meus criadores, onde não importa a reação dos outros é preciso sempre ser bom e justo.

spot_img
Rodrigo S. de Souza
Rodrigo S. de Souzahttps://realnews.com.br/
Comentarista, Bel. Direito, Advogado, Sociólogo e Político.
- Conteúdo Pago -spot_img